Erley Ferreira: - Vou provar que não participava de nenhum esquema

Jornal O Norte
11/07/2006 às 13:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:39

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Sou inocente. Essa tem sido a justificativa de todos os envolvidos na operação Pombo Correio da polícia federal, que prendeu na última quinta-feira 06, 12 pessoas suspeitas de envolvidas em adulteração de notas fiscais.




Acusado de participar de esquema de falsificação de notas


diz que é inocente
(foto: Wilson Medeiros)

Para Erley Ferreira Câmara, um dos acusados, o mandato de prisão da polícia federal foi leviano porque não apontava justificativa do ato prisional. Ele veio à redação de O Norte, nessa segunda-feira, e disse que seu advogado nem conversou com ele para saber que a prisão foi arbitrária. Sua liberação se daria pela falta de justificação, ressaltou.

Segundo ele, nem mesmo na hora do depoimento a polícia o questionou sobre a existência de possíveis clonagens de notas fiscais e, sim, qual seu envolvimento com o esquema que incrimina ainda oito vereadores, um suplente, um contador, e um ex-funcionário de uma agência dos Correios.

ROUBO

Ele afirmou que até fevereiro deste ano, ainda respondia pelos serviços que prestava aos Correios e disse à polícia que Raniere Robson de Almeida é que tinha roubado dois blocos e que ele só emitiu oito recibos como prestador de serviço dos Correios. Confessou que realmente foi prestador desses serviços aos vereadores Marcos Nen, Rosemberg Medeiros e Aurindo Ribeiro - que postavam suas correspondências dentro da agência.

- Eu apenas coletava as correspondências de Aurindo, mas não sabia do que se tratava. Dos outros posso dizer que eles compravam selos para postar suas correspondências. O que tenho a dizer é que não tenho nada a ver com esse caso, visto que eu pedi dispensa dos Correios em fevereiro deste ano para tomar conta de meus negócios, que é a administração de minha banca de jornal, na rua São Francisco. Eu nunca entreguei as correspondências com o Raniere. Meu último serviço prestado ocorreu no dia 26 de setembro de 2005.

SEM RELAÇÃO

Erley Ferreira também disse que não conhecia ou mantinha qualquer tipo de relação com os demais vereadores e que no próprio mandato de prisão não vinha justificando o motivo de sua prisão.

- Sobre a prisão, o próprio presidente da câmara municipal de Montes Claros, Ildeu Maia, se pronunciou durante coletiva à imprensa acreditando que houve exagero na postura da polícia ao dar voz de prisão aos vereadores. Mas a polícia disse que seguiu todas as normas vigentes ao disposto no mandato de prisão.

Todos os envolvidos aguardam o julgamento em liberdade provisória até a conclusão das investigações da polícia.

- Até lá, quero desfazer a imagem que fizeram de mim, de ter contribuído com a falsificação das notas. Espero que se apurem os fatos porque sou um trabalhador, jornaleiro, que não participou desse esquema. Raniere roubou dois blocos, mas eu não os clonei, como estão dizendo. A população tem o direito de saber do andamento desse processo que envolve além de mim, muitos vereadores - conclui.

A reportagem procurou falar com as pessoas que tiveram seus nomes citados por Erley Ferreira, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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