Eduardo Brasil
Repórter
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A deputada Elbe Brandão - PSDB, secretária extraordinária de estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas teve uma participação singular e das mais emotivas na abertura da II Conferência das cidades, ontem de manhã. Apesar de ter iniciado seu discurso com voz segura, saudando o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, ela não conseguiu manter a firmeza da sua alocução por muito tempo. Acabou chorando quando aludiu à trajetória de vida do ex-secretário de Saúde de Montes Claros, comparando-a a sua própria trajetória, que seria marcada pela sua condição de cidadã proba e de servidora pública de serviços prestados e reconhecidos.
A emoção foi redobrada ao comentar rapidamente a crise política que o Brasil enfrenta - e ao acusar setores da imprensa de insistirem em incluí-la no rol dos embustes financeiros por ter recebido recursos para sua campanha eleitoral, em 1998, oriundos das contas do publicitário Marcos Valério de Souza (principal acusado de operar o mensalão no congresso nacional).
Para ela, esses setores da imprensa estariam cometendo precipitações em sublinhar seu nome como beneficiária de um sistema corrupto do qual não participa e abomina.
- Colocam nossos nomes às vezes de forma equivocada, precipitadamente, esquecendo que existem diferenças que devem ser observadas - disse com a voz embargada.
CABEÇA ERGUIDA
Elbe Brandão acrescentou que apesar de tudo que tem enfrentado, a partir da vinculação injusta de seu nome ao esquema de Marcos Valério, ela tem encontrado resistência para superar as inverdades, buscando e encontrando apoio nas pessoas que continuam acreditando na sua honestidade.
- Um apoio que tenho recebido principalmente do arcebispo Dom Geraldo Majela de Castro. Quero deixar neste momento os meus agradecimentos a Dom Geraldo, e as todas as pessoas que conhecem minha trajetória de vida - completou, dirigindo suas palavras ao religioso, presente à solenidade.
- É por isso que estou aqui, na minha casa, hoje, olhando para a comunidade norte-mineira de cabeça erguida.
CAMPANHA DE 98
De acordo com a secretária, os recursos que recebera foram para ajudar na sua campanha para deputada estadual, em 1998. Segundo ela, algumas pessoas, no entanto, estariam preferindo ignorar o que é real, forçando o povo a um raciocínio fantasioso de que os recursos financeiros que obtivera para uma campanha eleitoral realizada há sete anos teriam conexões com os escândalos atuais de pagamento de propinas a deputados.
- É diferente. Foram recursos financeiros para uma campanha marcada pela sua legalidade e transparência. Algumas pessoas, no entanto, preferem nos colocar numa vala. Felizmente não são todos os profissionais da imprensa que agem assim. Uma parte dessa valiosa imprensa sabe se conter - finalizou a secretária.