Denúncia: auxiliares do executivo são acusados de sugerir falsos atestados médicos para afastar vereadores da câmara municipal

Jornal O Norte
12/07/2006 às 08:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:39

Eduardo Brasil


Repórter


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Depois de divergir com o contador da câmara municipal de Montes Claros, Ivan Fonseca, quando ambos trocaram acusações públicas apontando procedimentos que o outro teria defendido, e que teriam contribuído para as possíveis irregularidades na contabilidade do legislativo - duplicidade de notas fiscais para comprovar gastos de verbas de gabinete -, conforme publicou O Norte na sua edição de ontem, Athos Mameluque - PMDB voltou sua carga desta vez para a administração municipal do PPS.




Efeito colateral: Operação Pombo Correio continua gerando polêmica, e prefeitura é acusada de sugerir falsos atestados médicos para afastar vereadores (foto: Samarone Xavier)




O vereador diz estar decepcionado com a secretária de governo, Márcia Saraiva, com o chefe de gabinete do executivo, Wagner Pereira, com o procurador-geral do município, Otávio Augusto de Melo Franco, e com mais dois procuradores da prefeitura que o teriam visitado, e aos outros vereadores, no albergue da cadeia pública, imediatamente após as suas prisões pela polícia federal.

A principio, assegura, ele teria até ficado comovido com a visita camarada para, logo em seguida, lamentá-la profundamente.

PROPOSTA INDECENTE

Athos Mameluque conta que os auxiliares do prefeito Athos Avelino (foto: Wilson Medeiros) não foram solidários coisa nenhuma à situação que enfrentavam. Afirma que estavam interessados, mesmo, era em saber como a câmara votaria os projetos do governo, antes do recesso parlamentar (iniciado nesta segunda-feira, 10), com eles detidos pela polícia federal.

- Chegaram a insinuar a obtenção de atestados médicos para os oito vereadores detidos, naturalmente falsos porque todos nós gozamos de boa saúde, para que assim os suplentes assumissem e o prefeito tivesse seus interesses atendidos na câmara municipal.

Mameluque diz que o procedimento dos auxiliares do executivo irritou até mesmo os vereadores que compõem a bancada que defende a administração municipal. Diante da sugestão, que segundo ele, teria partido, primeiro, da secretária de Governo, Márcia Saraiva, até o líder do governo na câmara deixou a sala, constrangido e irritado.

- Marcos Nen deixou a sala visivelmente irritado e constrangido com a proposta que considerei indecente, talvez o pior de todos os atos inseridos no episódio que culminou com a nossa prisão arbitrária e sensacionalista. Foi um momento muito ruim, com a secretária, dentro de um albergue, fazendo-nos uma proposta desse nível, como se aproveitasse daquele momento vulnerável de todos nós. Naturalmente que recusamos a proposta.

OMISSÃO

O vereador também lamenta a omissão do prefeito Athos Avelino - PPS diante de tudo que aconteceu. Para o vereador, o chefe do executivo teria ficado distante de tudo como se tivesse gostado da orquestração que se regia para denegrir a imagem do legislativo.

- Ele se omitiu, todos nós percebemos isso. O prefeito evitou a imprensa e não saiu em defesa da câmara em nenhum momento. Na verdade, ele só nos visitou no albergue depois que os ex-prefeitos Jairo Ataíde (PFL), Tadeu Leite (PMDB) e o presidente da câmara, Ildeu Maia (PP) o fizeram, num ato verdadeiro e de franca solidariedade, que ele tentou repetir sem êxito - conclui o vereador, que teria cobrado de Athos Avelino uma postura mais digna com o cargo que ocupa.

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