CLI do Mocão aguarda confirmação de perícia técnica para apresentar relatório final

Jornal O Norte
11/08/2005 às 18:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49




Eduardo Brasil

Repórter


eduardo@onorte.net







A CLI - Comissão legislativa de inquérito que apura a aplicação de verbas federais e do município na construção do Mocão retomou suas atividades paralisadas desde o dia dez de julho. Seus membros decidiram, em reunião nesta semana, que o próximo passo das investigações será a realização de uma perícia técnica para conferir se o volume de obras para conclusão do estádio de futebol, que não foi alcançada, confere com a quantidade de dinheiro investido.




Nesse propósito, a comissão enviou ao presidente da câmara, Ildeu Maia - PP cópias de dois orçamentos de empresas de topografia e de engenharia que teriam condições de prestar os serviços.




- Solicitamos orçamentos de duas empresas, uma de Belo Horizonte e outra de Janaúba, que possuem comprovadamente todas as condições de apresentarem um parecer técnico sobre os trabalhos realizados até agora - informa Athos Mameluque - PMDB, presidente da CLI.




Segundo ele, os valores apresentados pelas empresas chegam a dez mil reais, incluindo custos de exames laboratoriais sobre a procedência da terra utilizada para terraplanagem.




- A nossa maior dúvida é quanto aos gastos com a movimentação de terra. Queremos saber de onde ela veio, se daqui mesmo, da cidade, que a tornaria mais barata, ou de outro lugar, mais distante, naturalmente com custo mais elevado. O exame laboratorial servirá para indicar, ainda, a qualidade da terra utilizada - acrescenta o vereador, que aguardava, ontem, uma definição de Ildeu Maia.




- Uma vez o presidente decidindo por uma das empresas, com os serviços sendo pagos pelo legislativo, que instalou a CLI, os trabalhos de perícia poderão ser concluídos em dez dias. Caso a câmara não possa arcar com os custos, enviaremos todo o processo para o ministério público na expectativa de que a perícia seja realizada, já que sem ela não poderemos concluir nossos trabalhos.




RELATÓRIO FINAL




Caso não seja identificada nenhuma irregularidade nas obras do Mocão, segundo Athos Mameluque, o relatório final das apurações poderá ser finalmente apresentado ao plenário da câmara até o dia 31 de agosto.




- Neste caso, os trabalhos da CLI seriam encerrados ainda neste mês, com a apresentação do relatório final a ser redigido por Lipa Xavier.




A CLI foi instalada no dia 26 de abril, atendendo solicitação do vereador Antônio Silveira - PMDB, através de requerimento subscrito pela maioria do plenário. O pedido foi feito com base em denúncia publicada pelo Jornal de Notícias dando conta de suspeitas de malversação de recursos públicos nas obras do Mocão pela administração de Jairo Ataíde - PFL.




Desde então, a Comissão legislativa de inquérito já ouviu 14 pessoas, entre ex-assessores da administração passada e atual, engenheiros, empresários do setor de construção e representantes da Caixa econômica federal, instituição financeira responsável pela liberação de recursos e pela fiscalização das obras.




- Até agora não detectamos nenhum irregularidade, seja no processo de licitação, de compra de ferragens, no pagamento dos serviços ou no saldo bancário, que ainda existe. A única dúvida que persiste é em relação ao movimento de terra - reitera Athos Mameluque.




O vereador espera que também neste aspecto esteja tudo correto.




- Se não estiver, prosseguiremos com as investigações, estendendo por mais um período a manutenção da CLI. Ou seja, seremos levados a tomar o depoimento de outras pessoas, entre elas, o ex-prefeito Jairo Ataíde, que até agora não foi convidado para dar esclarecimentos diante da então regularidade que constatamos nas obras do estádio.




PARALISAÇÃO




As obras do estádio municipal, que na verdade vêm se arrastando ao longo das últimas duas décadas, face às mudanças procedidas em seu projeto original - a transformação de um estádio de futebol em uma Vila Olímpica, atendendo preceitos da CBF - foram paralisadas em 2002.




Na oportunidade, a suspensão dos serviços foi justificada pela prefeitura sob o argumento de que não teria condições de assumir os valores da contra-partida (42% do valor total das obras) para garantir a liberação de recursos federais através do ministério do Esporte.




A expectativa era a de que a atual administração levasse o projeto adiante. Mas, depois que assumiu a prefeitura, em janeiro deste ano, Athos Avelino - PPS ressaltou que não daria seqüência aos trabalhos, por falta de verbas, a não ser que os valores da contra-partida fossem reduzidos pelo governo federal, o que ainda não ocorreu.



Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por