Câmara pede a saída de presidente da MCTrans

Suspeita de fraude em multa recheia lista de falhas do órgão

Márcia Vieira
Montes Claros
15/08/2018 às 06:40.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:56
 (FOTOS MANOEL FREITAS)

(FOTOS MANOEL FREITAS)

A suspeita de fraude na emissão de multas pela MCTrans coloca o órgão mais uma vez no centro da polêmica em Montes Claros. Depois de receber uma denúncia de que uma infração destinada a um servidor do alto escalão da prefeitura foi transferida para um morador de Brasília de Minas, o vereador Wílton Dias (PHS) pediu a instauração de uma Comissão Legislativa de Inquérito (CLI) para apurar irregularidades no órgão e o afastamento do presidente José Wílson Guimarães.

Segundo documentos apresentados ao parlamentar, um morador de Brasília de Minas recebeu a multa e efetuou o pagamento para ter o direito de utilizar o veículo. Entretanto, a infração original teria sido aplicada a um servidor da Prefeitura de Montes Claros.

“Como não havia possibilidade de se retirar a multa, ela foi transferida para um cidadão que sequer mora em Montes Claros. Isso é gravíssimo. Temos a prova do que aconteceu. Não resta alternativa a esta Casa senão pedir o afastamento do presidente da MCTrans”, disse Wílton Dias.

A denúncia partiu de um ex-funcionário do órgão, que recebeu a ordem para retirar a multa do servidor e guardou o documento que chegou agora às mãos do vereador.

“A instauração da CLI foi aprovada com a assinatura de sete vereadores. Cabe agora ao presidente da Casa compor a comissão para que possam entrar na MCTrans e investigar as denúncias, que são muitas em relação àquela autarquia”, afirmou o parlamentar.

Para Wílton, o afastamento do presidente da MCTrans deveria ser imediato, em razão de outros delitos cometidos por ele. “O afastamento deveria ser preventivo”, concluiu.

O vereador Marlon Xavier, um dos parlamentares a apoiar a CLI, pontuou que os crimes naquela autarquia se repetem a olhos vistos, mas são ignorados pelo Executivo.

“Falsificação de documento público e ainda por cima para privilegiar o alto escalão da prefeitura. A gente espera investigar e exigir do prefeito uma postura em relação a este secretário, porque não é a primeira vez que ele comete atos contra o patrimônio público” disse Xavier.

CRIME
“Isso pode resultar em crime de improbidade administrativa, porque demonstra a falta de compromisso e credibilidade do órgão. Quem garante que isso não aconteceu outras vezes? O ético seria a abertura de um processo administrativo e o afastamento do cargo até a conclusão do processo”, sugeriu o advogado Nestor Rodrigues.

O presidente do órgão, José Wílson Guimarães, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações. A assessoria de comunicação da prefeitura não respondeu às nossas solicitações até o fechamento desta edição.


 

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