Eduardo Brasil
Repórter
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O vereador Ruy Muniz - PFL vai encaminhar à mesa diretora da câmara municipal requerimento solicitando a realização de uma audiência pública para debater o segmento esportivo de Montes Claros.
O anúncio foi feito na reunião de quinta-feira 09, quando o plenário aprovou, em regime de urgência, projeto de lei de Ildeu Maia - PP, presidente da casa, conferindo a LMF - Liga montes-clarense de futebol o título declaratório de utilidade pública.
Elogiando a iniciativa de Ildeu Maia, Ruy Muniz ressaltou que a entidade merece o reconhecimento que o parlamento proporciona, dando-lhe condições especiais para que some definitivamente no soerguimento do futebol em Montes Claros. Uma das medidas mais urgentes nesse sentido, segundo ele, seria a conclusão do estádio municipal, o Mocão, que há mais de duas décadas está sendo construído.
- Este reconhecimento à Liga montes-clarense de futebol deve servir como incentivo para que a entidade defenda com mais ênfase a conclusão do Mocão, entre outras realizações, mobilizando suas forças para que o empreendimento finalmente se torne uma realidade - acrescentou o parlamentar, lembrando que a prefeitura tem à disposição recursos para tocar parte das obras.
- São recursos suficientes para a construção de um estádio mais modesto em relação ao que se pretendia - disse, aludindo ao projeto que previa a instalação de uma vila olímpica, obedecendo a padrões internacionais da Fifa, que teriam onerado e inviabilizado o empreendimento.
- Estamos prontos para respondermos a esse respaldo que a câmara nos dá - confirma Diu Andrade, presidente da LMF, que aposta no futuro do esporte de Montes Claros a partir exatamente da construção do estádio de futebol (Leia quadro nesta página).
OPINIÃO
Os vereadores Athos Mameluque - PMDB e Guila Ramos - PL, respectivamente presidente e relator da CLI do Mocão - Comissão legislativa de inquérito que apurou no ano passado - e não encontrou - irregularidades nas obras do estádio, concordam com Ruy Muniz de que a prefeitura pode concluir o Mocão, mas sem o arrojo do último projeto.
Projetos, aliás, não faltaram na longa novela do Mocão. Desde o lançamento da sua pedra fundamental foram criados vários deles, sempre sobre a justificativa de se procurar atender às exigências da Fifa, um dos argumentos contundentes que a CLI reuniu da administração municipal, encerrada em 2004, justificando gastos e atraso nas obras.
- A prefeitura pode, sim, concluir o Mocão, desde que haja uma complementação que garanta um estádio mais modesto, com capacidade, não para 30 mil, mas para, pelo menos, dez mil pessoas - observa Mameluque.
DINHEIRO
De acordo com os vereadores, existem R$ 1,25 milhão nos cofres municipais para prosseguimento das obras do Mocão.
- E ainda R$ 256 mil em ferragens já adquiridas e armazenadas em galpões da prefeitura. São 130 toneladas. Ferragem suficiente para construir e cobrir as arquibancadas - completa Guila Ramos.
Eles também elencam a realização de algumas obras que os recursos já assegurados permitiriam, como uma nova drenagem (a primeira foi totalmente deteriorada pelo tempo), a instalação do gramado e das arquibancadas cobertas, além de vestiários masculino e feminino.
Os vereadores estão confiantes de que a prefeitura levará adiante a conclusão do Mocão. Afinal, o próprio prefeito Athos Avelino - PPS já reiterou várias vezes que empreende gestões neste propósito.