O presidente da CLI do Mocão, Athos Mameluque - PMDB considerou infelizes as colocações feitas por Lipa Xavier para justificar sua renúncia ao cargo de relator da comissão que apura as denúncias de malversação de recursos nas obras do estádio municipal pela administração de Jairo Ataíde - PFL.
Segundo Athos, Lipa não deveria ter tomado a decisão do presidente da câmara, Ildeu Maia, de não decidir por um dos três orçamentos que a CLI apresentou à mesa diretora para contração de uma empresa de engenharia, até ontem, como uma forma de a casa protelar as investigações.
- Ele mesmo sabe que é uma perícia altamente complexa, e que é necessária atuação de uma empresa que lide, inclusive, com análise do solo. O vereador acabou levantando uma suspeita de que haveria conivência do legislativo em fazer da CLI uma pizza, o que não é verdade - acrescenta o parlamentar, salientando que a própria escolha do vereador para compor a comissão demonstraria a imparcialidade da presidência do legislativo no esclarecimento das denúncias.
- Tivesse a câmara essa intenção, a presença de Lipa teria sido evitada na comissão indicada pela presidência, já que ele foi notório na sua oposição ao ex-prefeito. Ele mesmo deu exemplos de que a CLI tratou todos os assuntos, até agora, com imparcialidade absoluta.
ANSIEDADE
Para Athos, que foi avisado por Lipa de que cobraria do presidente, publicamente, a contratação de uma empresa, da tribuna da câmara, é até compreensível a ansiedade do vereador em concluir as investigações, mas que seria um erro da presidência e da CLI tomar e aceitar decisões que não contribuiriam de forma esclarecedora à concepção de um relatório final.
- Com as empresas disponíveis, concordo que correríamos o risco de redigirmos um relatório incompleto, pois baseado em dados periciais insuficientes para confirmar irregularidade. Iríamos perder ainda mais tempo, já que os acusados pelas supostas ilegalidades tratariam de apresentar laudos mais confiáveis.
Athos ambém diz estar ansioso em ver as investigações concluídas, mas que a complexidade que cerca o laudo técnico obriga a paciência. Dizendo abominar a expressão pizza, em nenhum momento utilizada por Lipa Xavier, é bom que se ressalte, garante que a verdade sobre as obras do Mocão virá à tona.
- Eu mesmo poderia tomar a decisão de encerrar a CLI, se quisesse, diante do impasse, pois tenho essa prerrogativa como seu presidente, mas logicamente não a tomarei. Iremos até o fim com as apurações, ainda que tenhamos de pedir prorrogação do prazo que vence neste dia 13 de setembro - diz Athos, que deverá pedir alongamento de mais trinta dias para concluir os trabalhos.
- É o tempo necessário para que seja feita perícia técnica dos serviços de terraplanagem, possibilitando que o relatório final siga finalmente para o plenário da câmara para ser aprovado ou rejeitado pela maioria.