Eduardo Brasil
Repórter
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No próximo dia 26, os vereadores Lipa Xavier - PCdoB, Fátima Pereira - PTB, Cori Ribeiro - PPS e Guila Ramos - PL participarão, como mediadores, de assembléia dos lojistas do Shoping Popular Mário Ribeiro da Silveira que contará ainda com a participação de diretores da Prevmoc - previdência municipal e de representantes da prefeitura. O objetivo é discutir questões ligadas à administração do logradouro público, que estaria infringindo normas estabelecidas para seu funcionamento.
A realização da assembléia foi sugerida por Lipa Xavier após encontro que ele e os três colegas mantiveram, na última segunda feira, com lojistas que defendem concessão para comercializarem no local. Como eram apenas 25 lojistas, de um total que pode chegar a cem, o vereador sugeriu a realização da assembléia como o instrumento mais adequado para a tomada de decisões.
Ainda assim, na reunião de segunda-feira foram antecipadas algumas reclamações aos vereadores, entre elas, contra a concorrência desleal que estaria sendo tolerada pela gerência, praticada por comerciantes formais, de maior poder econômico - que, aliás, não deveriam defender espaço em um local criado exclusivamente para o segmento informal. Segundo os lojistas, esses comerciantes estariam adquirindo salas vizinhas às suas, derrubando em seguida as paredes para transformar o espaço em uma única loja.
Outra reclamação é contra as contas de telefone, que têm seu pagamento dividido entre os condôminos, mas cujas tarifas estariam alcançando valores exorbitantes a cada mês.
- O pior é que a gente nunca consegue explicações convincentes sobre os valores - reclama um dos lojistas ouvidos na tarde de ontem pela reportagem de O Norte.
- A exploração visual do local também estaria sendo feita de forma irregular, com placas de propaganda instaladas em vários pontos sem que tenha havido licitação para os serviços - acrescenta Lipa Xavier.
Pequenos lojistas reclamam da administração do shoping e
denunciam até concorrência desleal (Foto: Adriano Madureira)
DIRETORIA
As reclamações dos lojistas já tinham sido tornadas públicas pela vereadora Fátima Pereira antes mesmo da reunião ocorrida na última segunda-feira. Na semana passada ela fez pronunciamento da tribuna apontando algumas irregularidades reunidas pelos condôminos e enviadas através de correspondência ao seu gabinete.
- Eles reclamaram até mesmo de constrangimentos a que estavam sendo submetidos pela administração, que tratou de estampar em cartazes afixados em paredes do shoping os nomes dos inadimplentes com as taxas do logradouro - comentou a vice-presidente do legislativo, que encaminhou aos diretores da Prevmoc, com cópia para o prefeito Athos Avelino - PPS, doze questionamentos quanto aos critérios utilizados pela autarquia para administrar o patrimônio público.
Fátima também defende maior participação dos servidores na condução da gerência do shoping. Para ela, os servidores, que são os verdadeiros donos do empreendimento é que deveriam compor sua diretoria.
- O shoping foi construído com dinheiro dos servidores e seria justo que a própria categoria o administrasse. No entanto, todas as decisões tomadas pelos atuais diretores passam longe da classe.
Lipa, porém, diverge da colega de plenário. Para ele, passar a direção do shoping para os servidores seria um democratismo que não traria bons resultados.
- Pelo fato de ser necessária uma administração técnica, com profissionais que possam, por exemplo, lidar com cálculos atuariais - observa, aludindo ao fator previdenciário que permite investimentos do servidor para que no futuro abasteçam o caixa que bancará sua aposentadoria.
- Existem questões complexas que exigem uma gerência técnica. Não discordo da vereadora e também penso que os servidores deveriam se ocupar mais dos destinos do shoping, não necessariamente respondendo pela sua direção, mas compondo um conselho administrativo - conclui o vereador.
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