Anelito sai e diz que projeto está se perdendo: professor deixa coordenação das comemorações dos 150 anos de Moc reclamando de omissão e desestruturação

Jornal O Norte
24/03/2006 às 11:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:31

Eduardo Brasil


Repórter


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A administração do prefeito Athos Avelino - PPS acaba de perder um de seus principais mentores e incentivadores do projeto de comemoração continuada dos 150 anos de Montes Claros.

Anelito de Oliveira: - Não havia condições de manter a originalidade do projeto com omissões e falta de apoio do poder público (foto: Wilson Medeiros)

Considerado uma das prioridades do município para o resgate e consolidação do sentimento de cidadania através da observação da história do município - passado, presente e futuro para uma vida melhor, o projeto já não conta mais com a coordenação de Anelito de Oliveira, reconhecido jornalista, professor universitário, doutorado em Letras e escritor, que deixou o cargo na manhã de ontem.

E deixou reclamando dos rumos que o projeto, cuja concepção afirma ser de sua responsabilidade estaria tomando diante da falta de infra-estrutura para preservar seus reais objetivos. O professor reclama, sobretudo, da falta de apoio que encontrou na secretaria de Cultura para que o projeto avançasse nas suas diretrizes. Segundo ele, tanto a secretaria de Cultura, como a gerência de Cultura teriam recuado das propostas iniciais, ajudando na promoção da descaracterização do projeto.

INFRA-ESTRUTURA

Anelito de Oliveira lembra que o projeto de comemoração continuada do sesquicentenário de Montes Claros teve um início excelente, marcado pelo Primeiro Fórum municipal sócio-cultural, realizado em junho do ano passado.

- Nem mesmo o relatório sobre o evento nós conseguimos imprimir para que fosse divulgado na proporção desejada. A verdade é que o projeto está desguarnecido de qualquer apoio logístico e humano. Não há computadores, telefone, uma sala de coordenação e tampouco uma equipe de pessoas. As coisas não acontecem desta forma, uma vez que o projeto exige um desempenho fabuloso do poder público, da iniciativa privada e da população.

Anelito acrescenta que chegou a desenvolver ações para que o projeto abrangesse um número maior de pessoas, conseguindo a adesão de centenas delas através da criação de uma dezena de comissões, reunindo lideranças empresariais, comunitárias, políticos, enfim, representantes de todos os segmentos sociais.

Porém, em seguida, a coordenação, segundo ele, esbarraria na gradual falta de infra-estrutura e este impulso teria se enfraquecido, demonstrando que de fato o projeto perdia fôlego e que já não havia uma resistência à altura para que seus propósitos fossem firmados.

- Houve omissão, sobretudo da gerência de Cultura. Quanto ao secretário, eu até entendo sua situação por ele não ser de fato um ativista cultural - acrescenta o professor universitário, que alcançou reconhecimento internacional à frente da Superintendência de publicações da Imprensa Oficial nos governos Itamar Franco e Aécio Neves e na editoria do Suplemento Literário de Minas Gerais.

ATHOS

Anelito de Oliveira deixou a coordenação do projeto, que ele considera de valiosa importância para que o cidadão montes-clarense desfrute de uma qualidade de vida melhor, uma das bandeiras da atual administração, também chateado por não ter conseguido, durante quase um ano e meio falar com o prefeito Athos Avelino.

- Penso que o prefeito ignora o que de fato vem ocorrendo com o projeto, do qual ele deveria ser o principal avalista, face ao comprometimento que demonstrou com a iniciativa. Não acredito que ele esteja patrocinando este esvaziamento, apesar das dificuldades financeiras que sua administração enfrentaria - concluiu Oliveira, que estaria também decidido a desautorizar a utilização de suas idéias no projeto.

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