Agentes de saúde ameaçam parar: "Estamos pagando para trabalhar", diz sindicato

Combate à dengue pode ficar prejudicado, se servidores não conseguirem vale transporte integral

Márcia Vieira
Montes Claros
14/08/2017 às 23:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:05
 (Divulgação)

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Mais de 20 agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses do município fizeram manifestação na porta da prefeitura reivindicando a concessão plena do vale-transporte. De acordo com Valdeci Costa, membro do Sindi-Saúde e representante dos servidores, diversas tentativas de negociação com a prefeitura já foram feitas, sem sucesso.

“Eles alegam estar fazendo levantamentos, mas estão na verdade adiando solução. Enquanto isso, nós pagamos pra trabalhar”, diz Valdeci.

Os servidores deveriam receber 88 vales, mas recebem apenas a metade, 44. Entretanto, os mesmos 6% continuam sendo descontados na folha de pagamentos.
Dos 374 agentes, 219 trabalham em visita a residências, com foco principalmente no combate à dengue. O trabalho é dividido por regiões e cerca de 25 imóveis são colocados como meta para serem visitados por cada agente em um único dia.
 
DO BOLSO
De acordo com o servidor, sem o vale-transporte integral, funcionários estariam utilizando veículos próprios ou moto-táxi para visitar os pontos determinados.  “Todo mês tiramos cerca de R$ 40 do nosso salário para poder exercer o nosso trabalho, que fica comprometido”, argumenta Valdeci.

O representante do sindicato afirma que ficou definida para a próxima terça-feira uma marcha que sairá da Praça da Catedral, centro da cidade, até a Câmara Municipal, a fim de pressionar os vereadores para apoiá-los na busca de uma solução. Caso não haja entendimento, o próximo passo será a paralisação total dos serviços e a denúncia no Ministério Público.

Funcionários da secretaria de Planejamento informaram que o secretário Cláudio Rodrigues não estava no local e só receberia os servidores na quinta-feira.

“Estamos pagando para trabalhar” - Valdeci Costa, Sindi-Saúde

 
Dia decisivo na Câmara
A reunião de hoje na Câmara Municipal pode ser decisiva para os servidores. A expectativa está em torno da votação do veto do Executivo à emenda ao orçamento de 2018, de autoria do vereador Wílton Dias, que garantia reposição salarial para o funcionalismo com base no índice da inflação.

O veto passou pelas comissões da Casa e recebeu parecer contrário. A tendência dos vereadores é acompanhar essa decisão e derrubar o veto, já que a emenda foi aprovada por unanimidade quando da sua apresentação. Fizeram parte da comissão, os vereadores Ildeu Maia, Valcir Soares e Edmílson Magalhães. “A Câmara pode escrever hoje uma nova página na sua história em defesa do servidor”, disse o vereador Wílton.

Depois do veto do prefeito, os funcionários municipais começaram uma mobilização pelas redes sociais e se uniram para pressionar os vereadores.

Para Wílton, mesmo que alguns deixem de comparecer à reunião por estarem trabalhando no horário, qualquer representação é significativa. “O movimento já foi feito. A Câmara é composta por homens sensatos que estão ali para defender o povo e os servidores fazem parte dessa população. Acredito que a emenda será mantida”, disse. (M.V)

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