A força da mulher do campo

Estado amplia ações voltadas para trabalhadoras rurais, fortalecendo a agricultura

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Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/12/2017 às 22:39.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:30
 (Omar Freire/Imprensa MG)

(Omar Freire/Imprensa MG)

Para atender antigas reivindicações das trabalhadoras rurais, incentivando a autonomia dessas mulheres, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (Seda), tem desenvolvido e ampliado ações para impulsionar e fortalecer a agricultura familiar.

A realização de um diagnóstico sobre a situação das trabalhadoras rurais no Estado era uma das principais solicitações do documento que foi entregue ao Executivo pela Articulação das Mulheres do Campo, no início de 2015, de acordo com a assessora institucional das Mulheres do Campo, das Florestas e das Águas da Seda, Maria Auxiliadora Gomes.

A pesquisa, desenvolvida pela Seda em parceria com a Fundação João Pinheiro (FJP), resultou em um livro, que será lançado em 2018. Segundo o levantamento, no Brasil, dentre as mulheres que não recebem remuneração, 64% vivem no campo.

O diagnóstico mostra ainda que, no meio rural, os homens relacionam-se diretamente às atividades econômicas que geram emprego e renda, enquanto as mulheres ocupam-se de atividades voltadas ao autoconsumo da família.

A publicação também traz o relato de várias trabalhadoras rurais. “Durante décadas, essas mulheres viveram sufocadas pela opressão patriarcal e, agora, por meio desse registro, ganham reconhecimento público”, frisa Maria Auxiliadora.
 
EXEMPLOS DE VIDA
Algumas histórias, porém, não estão nos livros. São transmitidas boca a boca e também servem de inspiração para que outras mulheres que trabalham no meio rural tenham coragem de lutar por seus direitos.

Relatos como o da agricultora Maria de Lourdes Nascimento, que mora em Porteirinha, no Norte de Minas. Nascida no sertão da Bahia, ela diz que não sabe o que é infância.

“Comecei a trabalhar aos oito anos de idade. Passei muito tempo fugindo da fome. Aos 13, convenci minha mãe a mudar de cidade em busca de uma vida melhor. Aprendi a ler catando pedaços de jornal na estrada. Passamos por muitos lugares até chegar a Minas Gerais, há 30 anos”, conta.

Maria de Lourdes relata ter enfrentado muito preconceito por ser nordestina e mulher, mas não se abateu. “Aqui o coronelismo ainda é muito forte. Percebi que só poderia sair dessa situação se lutasse. Comecei a participar de movimentos e hoje sou uma das diretoras do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha”, afirma.

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