A história do município de São Romão é marcada pela luta contra os índios caiapós e pela repressão aos quilombos e aos assaltantes da estrada. Mas é marcada sobretudo pelo inconformismo com o jugo colonial que explode na Revolução do Sertão, em 1736. Houve períodos de decadência e ascenção, até que em 07 de setembro de 1923, quando estava reduzida à simples Distrito, foi criada a Lei 843 que a elevou a município, instalado solenemente em 02 de março de 1924.
No século XIX, no ano de 1831, o arraial foi elevado à categoria de Vila, com o nome de Via Risonha de Santo Antônio da Manga de São Romão.
Ano de 2024. São Romão completa 100 anos de emancipação política.
Tenho muito orgulho de afirmar que meu pai Manoel Jovino Filho, que havia chegado da Bahia, foi membro da Comissão de Emancipação, em 1923. E depois encarregado do levantamento dos contribuintes de Formoso, Buriti, Arinos e Capão Redondo, distritos do município então emancipado. Foi vereador por várias vezes, Presidente da Câmara e Cidadão Honorário.
Sempre que volto a São Romão, é uma viagem ao passado: me vejo descalça, correndo na rua empoeirada, subindo na mangueira do quintal da minha casa, fazendo comidinhas, correndo nas fogueiras de São João, enfileiradas pela rua afora ou peregrinando nas lapinhas ao lado da minha mãe.
Desperto do meu sonho, triste e melancólica: não posso mais correr descalça pelas ruas calçadas; não vou mais subir nas mangueiras; não posso mais fazer comidinhas no quintal que já não existe mais; não mais correrei entre as fogueiras, porque elas não se enfileiram mais pelas ruas que o progresso calçou e colocou carros; não mais peregrinarei nas lapinhas ao lado da minha mãe, pois tanto as lapinhas, como minha mãe, há muito já se foram; não poderei ouvir as serenatas nas janelas do meu quarto, pois a casa caiu com a enchente, não há mais quarto, nem janelas. Só saudades!