Volta às aulas na minha infância

Raquel Souto, cronista
28/06/2017 às 20:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:18

Janeiro de um ano qualquer da minha infância.

A matricula já foi feita no grupo Escolar Dom João Antônio Pimenta que funciona na Rua Viúva Francisco Ribeiro, ao lado do Sesc.

Hora de comprar o material escolar.

De mãos dadas com minha mãe e na companhia de Roy e Eduardo descemos a rua Dr. Veloso.

O destino é a papelaria do MEC, na Avenida Filomeno Ribeiro, que fica parede e meia com a barbearia de Sinval, onde levados por nosso pai, Lay e João todo mês cortam os cabelos. Ao lado da barbearia é a casa de Dr. Ubaldino Assis e Nilcea Veloso.

O cheiro novo do material pode ser sentido do outro lado da rua.

De lista em punho, minha mãe começa a separar o material de cada um.

Os cadernos brochurões com estampas de letras cursivas azuis nas capas brancas são um convite à boa caligrafia.

A caixa de lápis de cor com doze cores formam na minha imaginação um imenso e maravilhoso arco íris.

Apontador, borracha, lápis, folha de papel almaço.

Cartolina, caderno de caligrafia são adicionados às compras.

Os plásticos de encapar cadernos vendidos no metro são de cores variadas.

O meu é da cor vermelha, o de Roy azul e de Eduardo verde, para evitar de enganados, trocarmos os cadernos.

Na Praça de Esportes, crianças amigas nossas aprendem a nadar sob os olhares atentos do professor Sabú.

De volta para casa, passamos na papelaria São Geraldo para a aquisição das pastas escolares e das merendeiras.

A minha é de plástico e tem o formato de uma casinha com direito a chaminé e tudo mais.

A farra regada a pipoca e suco para encapar e colocar títulos nos cadernos são intermináveis.

Início de Fevereiro, primeiro dia de aula.

O banho em regra parece refrescar até a alma. Cabelos e dentes escovados, colônia Seiva de Alfazema, uniforme de tergal azul marinho e camisa branca, meia ¾, conga azul e branco.

O cheiro de tudo novo incentiva ir à escola.

Na merendeira, pão com salame envolto a um alvo guardanapo de linho branco e Q suco de groselha na garrafinha plástica.

Dona Terezita Figueiredo, diretora da escola com doçura nos recepciona no portão da escola: Bem vindas crianças.

Dona Edna Godinho nos encaminha até as salas de aula.

O cheiro agradável do delicioso mingau de fubá que será servido no recreio se espalha por todo o quarteirão.

Na pasta junto ao material escolar impecável, o sonho de: estudar.

Aprender.

Virar “gente grande” e um dia.

D alguma forma ser “Doutora”.

  

  

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