O primeiro voo

24/08/2017 às 00:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:14

Era uma vez uma menina chamada Ziquis... Escrever para os pequeninos e para os pré-adolescentes, somente os que têm n’alma o encanto da mancebia podem se aventurar por esta estrada florida, de histórias e estórias lúdicas, em busca da felicidade. De modo geral, é preciso escrever livros de ficção que levam para um mundo da fantasia o encantamento das crianças e o interesse dos jovens na formação de um planeta mais humano. Assim, a escritora-poetisa Dóris Araújo traz para o mundo das crianças-adolescentes uma boa leitura, tanto no conteúdo quanto na sua forma de ser. Nota-se aqui a imaginação inventiva, o cuidado pedagógico e o texto gramaticalmente e literariamente bem-composto, pois são os seus ingredientes na formação literária d’O Primeiro Voo da águia dourada.

O livro, O Primeiro Voo, da confreira Dóris Araújo, tem capítulos com sentenças curtas, assim como os jovens leitores gostam que os escritores façam. É uma estória narrada num tom próprio da oralidade, como se a autora estivesse contando em voz alta um acontecimento, atual e excepcional: são as proezas da menina Ziquis e as aventuras da jovem Madalena. Há, entretanto, uma mistura de ficção e realidade. Muito mais ficção do que realidade. “Como a Fênix, Ziquis renasce de suas próprias cinzas”.

No episódio mitológico da rodilha de cabelos, Ruma é engolida pela sua própria traça. A enorme abóbora que emitia chiados radiofônicos fora o suficiente para satisfazer o desejo de ouvir rádio. Enquanto isso, Ziquis faz opção pelo caminho das pedras em atendimento ao anjo guardião que lhe franqueou a porteira. Ziquis sai de cena.

Há uma verdade incontestável neste livro da acadêmica Dóris Araújo. Estamos rodeados de sonhos e fantasias. Na ausência de Ziquis, surge a Madalena que “morria de paixão pelo marido”. Não é uma história isolada, pois o mundo mitológico continua acontecendo no roteiro d’O Primeiro Voo com todas essas parafernálias da escrita. Para conquistar o amor do marido Udam, a jovem Madalena comprou pássaros canoros e passou a engoli-los, um por um, na esperança de agradá-lo com o canto dos pássaros. Assim, “sorrindo, abriu o bico, ou melhor, a boca, e, com absoluta afinação, entoou esplendíssima melodia”.

Deve-se ainda assinalar, como já advertiu Wanderlino Arruda, que a literatura de Dóris Araújo está entre as melhores dos autores montes-clarenses. Ela já publicou dois livros: “A Dança das Palavras” e “Canção do Amanhã”. Além do trabalho pedagógico que ela desenvolve nas Escolas Municipais, ainda faz teatral infantil, sobressaindo na declamação de poemas. Ela faz parte da Academia Montes-clarense de Letras, da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, onde ocupa a Cadeira número 5, que tem como patrono Antônio Ferreira de Oliveira e como fundadora e saudosa confreira Yvonne de Oliveira Silveira. Parabéns, Dóris, e muito sucesso!

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