Estamos diante de uma obra interessante que versa sobre o polêmico centenário de Montes Claros, evento festivo comemorado no dia 03 de Julho de 1957. Isso porque existem algumas controvérsias relativas ao fato tornando-se o assunto proposto aqui pelos eminentes autores – Rogério Othon Teixeira Alves e Luciano Pereira da Silva – que certamente comporão em fachos de luzes o conhecimento mais substancial da nossa história. Entendemos que o primeiro centenário de Montes Claros foi fruto da união das mais diversas correntes políticas do município, as quais ainda incorporam as marcas características do saber, e teve no decorrer das comemorações, momentos significativos para a história política e administrativa de nossa cidade. Portanto, este livro por si só já é o bastante para encantar o leitor apaixonado pelos claros montes das minas gerais e sentir-se orgulhoso de ser um cidadão montes-clarense.
Assim, o trabalho contido neste belíssimo livro intitulado de, “Montes Claros: Memórias do Centenário” traz a lume o entendimento dos fatos como tal é a relevância dos assuntos inerentes nas festividades do seu primeiro centenário ocorrido no município no dia 3 de julho de 1957. Muitas vezes publicamos textos explicativos e elucidativos sobre a confusão das datas comemorativas do município. Entretanto, este importante documentário disponibilizará aos leitores ávidos de conhecimentos uma contribuição desafiadora ao demonstrar os estudos realizados pelos seus autores. Dimensionar aqui a importância do centenário de Montes Claros não é uma tarefa fácil, e, nem tampouco seria difícil pelas suas vicissitudes. Aliás, é na verdade um desafio prazeroso, mas, sobretudo, uma oportunidade única de contribuir com a história antiga de nossa terra, através dos olhares sensíveis de seus autores, revelando destarte de maneira sintomática as dúvidas e os senões que atormentam e constrangem a memória de um povo.
Constata-se que a fonte bibliográfica pesquisada é verdadeiramente rica. Livros, jornais e revistas publicaram e ainda publicam as considerações deste jubiloso aniversário de cem anos. Além das matérias jornalísticas, a reprodução dos discursos dos ilustres convidados – Juscelino Kubitschek, Bias Fortes, José Maria Alkmin e tantas outras autoridades presentes – demonstra em análise o conteúdo respeitável desta obra. O historiador Hermes de Paula foi cognominado como sendo o inventou do Centenário e, em vista disso tem citações sobre ele em vários capítulos deste livro. A narrativa é acadêmica, todavia sem parecer imperativo aos leitores primários. Nota-se bem que a maioria desses leitores irá encontrar flashes históricos que podem ser mais instigantes do que a própria história de Montes Claros. A proposito, os autores de “Montes Claros: Memórias do Centenário” apressaram de imediato em intercalar no conteúdo escrito algumas fotografias de época, pois necessário se faz ilustrar com fotos e documentos o script produzido.
A história antiga de Montes Claros tem no seu bojo a fantasia das histórias dos municípios brasileiros. Parabéns, Rogério & Luciano, pelo brilhante trabalho de pesquisa sobre a nossa querida cidade de Montes Claros. Sucesso sempre!