Nas visitas que tenho feito no Facebook, constatei, com muita tristeza, que pouca coisa boa ali se aproveita para a vida e para o conhecimento. Ninguém é perfeito. Também não sou, até porque sou humano e o ser humano está longe da perfeição dos animais. Também erro, mas procuro de todas as formas a correção das minhas mazelas e senões, principalmente com as palavras escritas. Uma nova ortografia – recheada de inovações gramaticais – nasce sem perspectivas de futuro. Necessário será uma comunicação livre e moderna, sem preconceitos e sem esses absurdos que somente violentam a língua pátria. A língua portuguesa é riquíssima e, também, ela é considerada a mais bela de todos os idioma. Portanto, as pessoas que usam o Facebook deveriam comprar um dicionário e utilizá-lo sempre que houver dúvida sobre a correta grafia. Aliás, o próprio computador já traz o dicionário em seus arquivos, com fácil manuseio e é muito apropriado para esse fim. Use e abuse do dicionário, pois ele não é o pai dos burros, mas o companheiro inseparável dos gênios.
A minha indignação aqui não é escrever bonito, contudo escrever correto. Na verdade, existem pessoas que não se preocupam com as palavras, reduzindo-as o máximo possível na sua forma de ser, por conveniência própria ou por mera vaidade. Outras pessoas mais ousadas e desenxabidas com o português arriscam-se numa mistura de palavras estrangeiras – principalmente com o inglês – mostrando com isso a sua terrível ignorância com a linguagem. Repito, mais uma vez, que ninguém é perfeito e em vista disso devo estar cometendo algum erro nestas minhas considerações sobre a escrita do Facebook: seus erros e senões. Porém, antes da postagem, sempre faço duas ou mais correções no texto, visando eliminar os desacertos.
Acredito até que o maior número dos internautas escreve sem ler. Poucos gostam de ler. Talvez uma leitura fosse o mais indicado para quem deseja fazer as pazes com a língua portuguesa. A propósito, transcrevo aqui o soneto de Olavo Bilac “Língua Portuguesa”, para leitura e uma reflexão ao mesmo tempo. Vejamos:
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!