Embalos na canção do amanhã

01/11/2017 às 00:40.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:29

O mais recente livro de poesias da jovem atriz, poeta e escritora Dóris Araújo intitula-se Canção do Amanhã. Dóris é membro efetivo da Academia Montes-clarense de Letras e também a autora de um outro belíssimo livro de poesias: A Dança das Palavras.

O livro Canção do Amanhã é um trabalho em que a autora consegue nos melhores momentos de sua escrita transmitir para os leitores a figura do lirismo moderno. Nota-se que o gosto pelo caráter subjetivo de operar a poesia lírica é a parte que complementa a sua obra. 

O essencial é que Dóris consegue fazer, no seu universo artístico, a poesia com renda e a renda com poesia simultaneamente. Portanto, vejamos com a devida atenção para esta construção literária inserida em sua obra: Minha vida/ teço-a todos os dias/ ponto por ponto/ dia após dia/ faço e não desfaço/ se erro um ponto/ impossível desfazer o nó/ difícil arte/ é o crochê da vida: às vezes renda bonita/ muitas vezes maranha só. Agora, a maturidade da poetisa, tão completa e exata, foi capaz de manter-se acima das opiniões dominadoras e por isso ela desabafa em uma só lógica: “Muito antes de te querer, eu te desejei muito...”.

Percebe-se que nesta citação da lógica literária há o vertiginoso amadurecimento da sua escrita. Até porque, um dos seus grandes méritos foi o de romper as fronteiras da arte, escrevendo sem ferir conceitos e preconceitos na crença da oralidade dos tempos. A linguagem agradável é só um convite irrecusável para viajarmos nas alturas, atrelados nas asas da imaginação de todos nós. 

Não há dúvidas de que o livro Canção do Amanhã traz no seu contexto poesias que vão se instalar no peito de cada leitor, tornando-o num arauto da liberdade e do amor. É assim que Dóris Araújo nos envolve em seus escritos, pois lembra-nos uma poetisa culta como uma violeta por entre as folhagens úmidas dos campos e, por outro lado, uma pessoa simples que possui no coração um roseiral sem tamanho. 

Confesso-me incapaz de descobrir, de todas as formas de belezas existentes em suas poesias, um outro livro no gênero que seja mais meritório, oportuno, inteligente e belo. Todavia, sou bastante hábil em aspirar o suave perfume que está docemente impregnado em seus versos. O leitor se embriaga tanto na leitura desta obra que até se surpreende com o término da leitura. Ele quer mais. 

Prefaciando o livro, disse a confreira, professora Yvonne de Oliveira Silveira que “mais uma vez me convenço do dom poético de Dóris, artista que, na aparente simplicidade da comunicação, encontra o instrumento perfeito, para nos dar momentos absolutos de poesia”. Para nós o convencimento é bem mais antigo e bem mais amplo, pois sabemos que escrever sobre o amor é um pouco como escrever sobre a própria vida. 

Até porque para escrever só existem duas regras: ter algo a dizer e dizê-lo... (Oscar Wilde) 

Por todos esses motivos, permito-me recomendar a leitura de Canção do Amanhã. Convém mencionar que sua autora merece o nosso respeito e admiração, mais do que respeito e admiração, mais do que admiração e entusiasmo, se nós soubéssemos reconhecer o trabalho literário que ela fez no seu livro: A dança das palavras. Pois isso não foi dado a qualquer um fazer! Parabéns, Dóris

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