Não quero entrar no mérito da questão: se Temer está presidente por golpe ou foi por conta da Lei.
Deve-se reconhecer que alguns pontos estão sendo importantes para que o Brasil possa respirar novamente o caminho da economia saudável.
Quando escrevia o artigo, o TSE ainda debruçava sobre as denúncias que pesam contra a chapa Dilma-Temer e que poderia levá-lo à cassação.
Mas enquanto isto, temos que reconhecer que esta ação com o FGTS Inativo reabilitou a vida de milhões de brasileiros.
É claro que todas as tentativas estão sendo tentadas para ir de encontro às notícias ruins da política e assim criar clima para a continuidade do presidente no cargo.
Somente agora em junho pelo menos R$ 12,4 bilhões chegam aos lares das famílias de trabalhadores e ex-trabalhadores.
Serão R$ 10,9 bilhões por meio das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, cujos saques para nascidos em setembro, outubro e novembro foram antecipados, e cerca de R$ 2,5 bilhões por meio da primeira leva de restituição do Imposto de Renda, que começa em 15 de junho.
A realidade é que a equipe econômica acredita que esse dinheiro será suficiente para dar um novo gás à economia, que sofreu forte paralisia desde 17 de maio, quando o país tomou um choque ao ser apresentado às delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.
Eles acusam o presidente Michel Temer de dar aval ao pagamento de propina para calar o ex-deputado Eduardo Cunha.
Como todo mundo sabe, até 17 de maio, a economia vinha dando sinais de recuperação. Tanto que os lojistas tinham decidido reforçar os estoques apostando em recuperação de vendas. Mas, diante da incerteza que se criou no país, tantos os empresários quanto os consumidores botaram o pé no freio.
Estive conversando com o empresariado montesclarense e representantes de entidades ligados à classe e todos acreditam que com mais dinheiro no bolso, as famílias voltarão a consumir.
Os R$ 12,4 bilhões certamente movimentarão o comércio.
Não por acaso, a Confederação Nacional do Comércio está prevendo crescimento de mais de 2% no faturamento das lojas com o Dia dos Namorados.
No ano passado, houve queda de mais de 8% nessa data.
É sempre bom lembrar que os ventos que sopram dos gabinetes de especialistas pedem para que haja cautela do público consumidor.
A prioridade, tanto nos saques do FGTS de contas inativas quanto na restituição do Imposto do Renda, é pagar dívidas, pois os juros estão alto demais.
Se sobrar alguma coisa depois do acerto de contas, parte deve ir para a poupança e parte para satisfazer necessidades mais básicas.
Os mesmos entendem que “é compreensível que o governo queira que essa montanha de dinheiro vá para o consumo, pois precisa que a economia retome o fôlego e dê boas notícias”.
Mas não há porque induzir as famílias ao consumo desenfreado, pois, com o desemprego tão elevado, não é o momento de se carregar de dívidas.
Se Deus quiser, e também os delatores, as finanças podem se organizar e o consumo voltar.
Na verdade, ninguém pode cometer exageros, a não ser, claro, os irmãos da JBS.
Aliás, eles acabam de comprar um avião que custou 208 milhões de dólares.
Uma coisa.
*Professor