Pré-convenção discute relação médico-paciente e exame de ordem

Jornal O Norte
07/07/2005 às 17:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:47

Cinara Dreide


Repórter

Na última segunda-feira, 04, médicos de grandes e médias cidades se reuniram na CDL - Câmara de dirigentes lojistas de Montes Claros para discutir assuntos relacionados a Escolas médicas, Relação médico-paciente, Ato médico e CBHPM - um instrumento do CFM, AMB, Febanm, CRM, associações médicas e sindicatos de médicos que objetiva resgatar o reconhecimento do valor do trabalho médico.

Essa é a oitava pré-convenção regional, que antecede a convenção que haverá em agosto, quando estarão manifestando sua opinião sobre a atuação do CRM junto à sociedade.

Para o presidente da CRM - Conselho regional de medicina, de Belo Horizonte, Maurício Leão de Rezende, a qualidade da formação médica está ligada à qualidade da assistência prestada aos cidadãos brasileiros. O Conselho tem a atribuição legal de fiscalizar essa assistência desde 1957:

- A medicina brasileira é uma das melhores do mundo e proporciona a oportunidade aos cidadãos de terem à sua disposição um grande número de profissionais médicos de bom nível.

Acrescenta que outras profissões da área de saúde são igualmente importantes e o trabalho multiprofissional é a melhor proposta para beneficiar os pacientes. A verdade deve prevalecer na regulamentação da profissão médica.

- A pré-convenção é uma iniciativa de buscar aferir a opinião dos médicos das grandes cidades que têm o curso de Medicina, em termos de relevância - diz o presidente do CRM-BH.

Segundo ele, a relação médico-paciente é a maior arma do passado da medicina e vem se deteriorando progressivamente. Primeiro, devido ao acesso à saúde balizado por regras no setor público, através do SUS - Sistema único de saúde; e no setor privado pelos planos de saúde, que não existiam no passado.

- Parece que evoluímos na questão biológica da medicina e precisamos dar o mesmo valor científico à relação médico-paciente - diz Maurício.

MIL SINDICÂNCIAS

Ainda segundo ele, a incompetência de muitos médicos em lidar com essa questão gerou mil sindicâncias e processos no CRM-MG, nos últimos 12 meses, sendo cerca de 2/3 improcedentes.

- Nosso objetivo é minimizar as denúncias improcedentes que dependem do médico - conclui.

Outros assuntos foram discutidos como, por exemplo, a metodologia da avaliação para o acesso à formação médica, quanto à qualidade do ensino. A quantidade de residências médicas de bom nível têm sido, em muitas oportunidades, barreiras para que se apresente, como resultado final, um profissional médico com boa capacitação.

De acordo com o médico Luiz Paixão, o CRM havia definido que, durante aproximadamente dez anos, nenhuma escola de medicina deveria ser aberta, para que depois desse período houvesse uma política de criação para as escolas que pretendem ser criadas.

A proposta do conselho é fazer o exame de ordem dos formandos, a exemplo do que acontece com os bacharéis de Direito. Para o prefeito de Montes Claros, também Athos Avelino, que participou do encontro, há uma carência de profissionais na cidade. Segundo ele, as propostas são feitas para os médicos atenderem nos postos de saúde, mas sempre são negadas. Com a criação da faculdade de Medicina da Funorte, esse déficit tende a se reduzir futuramente.

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