Josecé, o economista que é músico

Mara Narciso, médica e jornalista
Montes Claros
14/08/2017 às 23:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:05

Quem se lembra de que Josecé é economista? Acho que nem ele. Pode até entender de números, mas seu melhor negócio é a Cultura e suas inúmeras manifestações: festa na rua ou no clube, música, teatro, cordel, rádio, show, torneio esportivo, educação ambiental, urbanização, religião, socialização, numa interminável lista de intervenções. Já compôs mais de 200 músicas e publicou mais de 20 livros de cordel.

Há quem seja vocacionado para trabalhar pelo bem comum. Uma dessas pessoas é Josecé Alves dos Santos. O seu porte franzino engana aos distraídos, em vista do tanto que é capaz de produzir.

Uma vez errei o estado de nascimento dele, dizendo-o pernambucano de Petrolina, do outro lado do Rio São Francisco, quando na verdade é baiano de Juazeiro, do lado de cá. Foi quando escrevi sobre o CD “Rios e sonhos” lançado por ele, só com músicas autorais, do qual destaco “O Gaiola”, gravada por Marcos Vianna.

A música sempre guiou o destino de Josecé, alguém que tem nome – são oito irmãos, todos José alguma coisa –, e obstinação únicos.

Com ele as festas se materializam, acontecem, repercutem. Numa quinta, gravava na Rádio Unimontes/Universitária o programa Nossa Arte Nossa Gente, criado por ele há 12 anos, e que oferece espaço para a música regional, e na sexta coordenava o som na inauguração da sede do Instituto Histórico e Geográfico, na Rua Coronel Celestino, 140, centro.

Conheci Josecé, hoje servidor público municipal aposentado, em 1989, durante a 1ª campanha Lula Presidente. Foi numa reunião política com moradores do seu amado Bairro Morada do Parque, um dos melhores lugares para se morar, do qual foi presidente da Associação dos Moradores.

É ativista político, não ideológico, e fomenta a cultura de forma inclusiva e construtiva. Morou em Pirapora, onde seu pai fazia o percurso via Rio São Francisco, de vapor até Juazeiro, daí sua grande paixão e intimidade com o rio, para o qual fez diversas músicas poéticas e de protesto.

Criou o Bloco Carnavalesco Saci, que marcou época, mas por falta de incentivo, acabou desativado. Faz, há seis anos, o Carnaval do Bairro Morada do Parque, com uma batucada de peso, que levanta os fãs daquela festa familiar, mas não a organizou neste ano, devido à doença de sua sogra Maria Dulce, que veio a falecer.

Criou e também toca e canta no Grupo de Serestas Namorados da Lua, que abrilhanta eventos. Na Igreja São Pedro Apóstolo, que ajudou a construir com ações para angariar fundos, atua de forma destacada, fazendo parte do grupo de cantores e instrumentistas, além de participar da organização de barraquinhas.

Artista apaixonado, sua motivação é a família, nas pessoas da sua esposa Leonora, dos filhos Nayanne e Mateus e da recém-chegada neta Maria Helena. Josecé, o admirável!

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