Funcionários do Centro de zoonoses fazem serviço de conscientização: objetivo é evitar surtos de calazar

Jornal O Norte
12/09/2005 às 09:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:51

Cinara Dreide


Repórter


dreide@onorte.net

Preocupados em intensificar os trabalhos para diminuir os casos de leishmaniose – calazar no Norte de Minas, os funcionários do CZ – Centro de Zoonoses estão fazendo um trabalho de conscientização com a população. Por falta do kit - material de coleta de sangue dos animais, os funcionários do CZ estão montando um trabalho de vigilância para evitar surtos da doença.

Eles estão visitando as casas e mostrando aos moradores como é o mosquito palha – transmissor da doença e como manter a higiene nas casas para evitar o contágio. 

Segundo um dos funcionários, a transmissão da doença é feita pelo acúmulo de matéria orgânica - fezes de animais, folhas de árvores e lixo em geral.

Os registros de contaminação da doença ocorrem desde 2003, quando foram detectados 49 casos e três mortes. Em 2004, Minas Gerais foi o estado com maior número de casos de calazar, 587 casos humanos e 52 mortes.

Na região considerada endêmica para a doença, as cidades que registraram mais casos no ano passado foram Montes Claros e Janaúba.



No ano passado, foram feitas 7.925 coletas de sangue canina contra 8.307 exames. Deste número, 60% dos cães examinados não apresentaram sintomas da doença.

Em 2005, já foram confirmados 54 casos e seis óbitos no estado, 17 casos na cidade. De acordo com a diretora da DADS de Moc, Olívia Pereira Loiola, com o trabalho de prevenção, podemos saber quais os municípios têm o vetor e planejar ações importantes para evitar novos casos humanos.

Este ano já foram feitas 4.669 borrifações em residências e lotes vagos e examinados 8.307 cães, dos quais 478 foram sacrificados por estarem contaminados.

Foram intensificadas as ações de combate ao mosquito palha após a morte de uma pessoa no mês de maio no bairro Funcionários. Em Montes Claros, possui programa de distribuição de medicamentos para as pessoas contaminadas.

A chefe de divisão de controle de zoonoses, Marília Fonseca Rocha, tranqüiliza a população afirmando que a confirmação de morte por calazar não significa que toda a região do óbito esteja contaminada.

A veterinária Danielle Dourado, informa que o cão doente apresenta os seguintes sintomas: emagrecimento, perda de pêlos, feridas localizadas nas extremidades das orelhas, crescimento das unhas, desânimo, sangramento nasal, conjuntivite e falta de coordenação dos membros posteriores.

No ser humano, ocorrem febre, crescimento do fígado e baço, anemia, tosse seca, diarréia, desânimo, inchaço e estado de debilidade progressiva.

Segundo a veterinária, o cachorro aparentemente sadio pode estar contaminado contribuindo para o aumento do número de casos da doença.

Existem leis que regulamentam as ações sanitárias e o não cumprimentam pelos profissionais de saúde, proprietários de animais e demais cidadãos.

As leis federais 6437/77 e estadual 13317/99, que regem as ações sanitárias para o controle da doença podem implicar em multas e advertências, dependendo de cada situação.

O calazar é uma doença grave e pode matar, por isso, é necessário detectar a doença logo no início, porque dessa forma são evitadas suas complicações que levam à morte.

O tratamento é gratuito após a confirmação da doença. O controle do calazar é coordenado pela secretaria de Saúde por meio da eliminação dos cães comprovadamente contaminados, do uso de inseticidas para combater o inseto e do tratamento das pessoas contaminadas.

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