Tragédia

06/10/2017 às 01:15.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:05

Gente Inocente. Esse era o nome da creche em Janaúba, onde crianças foram vítimas de um ataque sem precedentes no Brasil. Um ato de loucura, insanidade? Talvez. Crueldade? É fato. E chocou todos nós, de norte a sul do país. Impossível conter as lágrimas diante de tantas pequenas vidas perdidas e famílias inteiras dilaceradas para sempre.

A tragédia só não foi pior graças ao ato heroico da professora Heley Araújo, de 43 anos. Antes de o vigia da escola Damião Soares dos Santos também atear fogo e álcool ao corpo dela, Heley ordenou que os meninos e meninas, com idades de 4 a 6 anos, deitassem no chão. Numa tentativa desesperada, jogou-se por cima das crianças, buscando abafar a voracidade das chamas. Essa atitude, talvez, tenha sido suficiente para evitar a morte de algumas delas. Outras tantas crianças estão hospitalizadas, com até 90% dos corpos queimado. Guerreiras e donas de uma força que muitos adultos desconhecem, lutam para sobreviver.

Heley começou a trabalhar na creche Gente Inocente há pouco mais de um ano. Além das graves queimaduras, também já sentiu na pele a dor de se despedir precocemente de um filho. Perdeu um bebê afogado na piscina. Isso há mais de uma década. A professora ainda é mãe de outras três crianças.

Infelizmente, apesar de todos os esforços, a mestra tão querida na escola não conseguiu salvar Juan Miguel, Juan Pablo e Ana Carolina, todos com apenas quatro anos. Mal começaram a vida e foram arrancados de suas famílias de uma forma tão absurda, tão violenta. Em comum, as crianças tinham a alegria de viver, o gosto por brincadeiras e guloseimas, a inocência. Força, Januária!

Mal começaram a vida e foram arrancados de suas famílias de uma forma tão absurda, tão violenta
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