A atual temporada chuvosa tem surpreendido os montes-clarenses. Antes fosse pelo lado positivo, como um alento à seca que vinha castigando a região. Os estragos trazidos pelos temporais impedem que a água seja festejada pela população. No fim de semana, por exemplo, o aguaceiro deixou para trás árvores caídas e postes derrubados.
Para o cidadão comum, contribuinte, é impossível prever o tamanho do prejuízo que se aproxima só de olhar para o céu escuro. Mas cabe ao poder público se cercar de todas as ações possíveis para minimizar os danos que estão por vir.
Só no domingo, 28 árvores caíram em Montes Claros. Uma delas atingiu em cheio um carro, e por milagre não deixou feridas as quatro pessoas que estavam no automóvel. Contar com a sorte, porém, não pode ser um item da cartilha a ser seguida pela prefeitura. É fato que ventos de 100 km/h podem ter um efeito devastador sobre qualquer cidade, mas o número de árvores que foi ao chão causa estranhamento. A situação delas estava sendo acompanhada pelo município? Se estava, desde quando? E o mais importante: algo foi feito para evitar que sucumbissem à ventania?
Creditar estragos a São Pedro e à natureza parece a saída mais óbvia, ou mais lamentável, quando quem deveria cumprir seu papel de prevenir estragos deixa de fazer o dever de casa. Março está só no início e até o findar do mês muita água deve passar, literalmente, sob essa ponte. O NORTE mostrou, na semana passada, que a prefeitura fechou 2017 com R$ 68 milhões em caixa. Esperamos que reverta esse dinheiro em ações pela população. A tempo desta e bem antes da próxima temporada chuvosa.