Mostramos na edição de hoje que um estudo feito pela Secretaria de Desenvolvimento Social de Montes Claros estima que a cidade tenha cerca de 15 mil pessoas em situação de alta vunerabilidade. São pessoas que vivem em extrema pobreza, sem renda e sem acesso a garantias básicas para a sobrevivência humana.
Essas pessoas e suas famílias se concentram em aglomerados dentro da área urbana, em frágeis casas feitas de madeira, levantadas próximas aos córregos e também na periferia da cidade, como é o caso de algumas áreas invadidas.
As características de Montes Claros ajudam a manutenção desse quadro. Geralmente, essas pessoas deixam cidades próximas, fugindo de uma realidade já bastante difícil, em busca de emprego e uma vida melhor no polo da região. Mas nem sempre elas conseguem trabalho, por vários motivos. Sem condições de voltar e ainda na esperança de arrumarem um bico ou vaga informal, elas permanecem, mesmo em condições bastante críticas.
Pelo menos aqui, na cidade grande, como relatou um pedreiro desempregado à reportagem, há pessoas próximas que podem ajudar com algum alimento. Em algumas regiões do Norte, sabemos que nem sempre isso é possível.
O que assusta é a falta de programas sociais no município para essas pessoas. Após mais de um ano de gestão, não temos ainda a mínima resposta efetiva a essa situação. A ação da prefeitura se resume a fazer um diagnóstico, e só depois do resultado do estudo é que algo será feito.
Esses moradores de Montes Claros não podem esperar. Têm necessidades urgentes. Daqui a algum tempo pode ser tarde demais para supri-las.