A seca afeta todas as áreas rurais de Montes Claros. Centenas de famílias estão ameaçadas de não ter o que comer em função da escassez de água, que prejudica a agricultura e a pecuária, principais atividades econômicas das comunidades. Lavouras vêm sendo destruídas e rebanhos mortos. Mas o socorro do poder público para amenizar tamanho sofrimento parece que não chegará a todos os castigados pela estiagem.
Uma das formas de a Prefeitura levar ajuda às famílias atingidas pela seca é a decretação de estado de emergência, justificando a dificuldade financeira para o amparo. Dessa forma, os municípios podem conseguir do governo estadual e de instituições equipamentos agrícolas, caminhões-pipa e outros itens que amenizem o problema.
No entanto, o decreto de emergência do município, publicado no final de maio, não incluiu todas as comunidades afetadas pela falta de chuvas, como denunciam líderes rurais. A Emater alega ter enviado relatório técnico ao município para elaboração do decreto, contabilizando 6.640 pessoas afetadas pela estiagem. Mas o documento municipal incluiu apenas 3.500.
Diante das denúncias, a Defesa Civil Municipal alega que novo documento incluirá ajuda às 43 comunidades excluídas. Só que os trâmites burocráticos para que o decreto seja oficializado são demorados, o que vai fazer com que a ajuda demore mais ainda a chegar. Se esperam há meses pelas chuvas, terão que amargar mais tempo ainda pelos paliativos para sobreviver diante das adversidades. Uma investigação para apurar o porquê é urgente para abreviar tanto sofrimento.