É de se lamentar que, em pleno 2018, com tantos exemplos recentes país afora de mau uso de recursos públicos, um gestor do primeiro escalão da prefeitura de uma das principais cidades mineiras cometa um ato de desrespeito ao povo do tamanho do registrado pelos moradores de Montes Claros.
Usar um servidor público, pago com dinheiro do cidadão, em horário de serviço, além de um caminhão comprado com recursos de impostos do contribuinte, para fins particulares, é verdadeira afronta para quem encara com dificuldades o dia a dia na cidade.
Nem se as nossas ruas não estivessem cheias de buracos, se a sinalização fosse toda adequada, se as placas não estivessem caindo aos pedaços (quando ainda existem nos locais), que não houvesse semáforos precisando de reparo, uma atitude dessa seria tolerável.
Admitir o erro e devolver aos cofres da empresa valor relativo às horas trabalhadas do servidor e o combustível utilizado é o mínimo que deve ser feito em um caso desse. Alguém com um pouco mais de dignidade e respeito à função pública solicitaria o desligamento imediato do cargo público.
As desculpas não apagam a irregularidade e não evitam que sanções sejam aplicadas ao gestor público, de acordo com o que manda a lei. Detalhe: o primeiro a se preocupar em dar o exemplo deveria ser o chefe da administração, mas a prefeitura escolheu se calar. Omissão também é passível de punição.
Esperamos que esse comportamento não seja repetido pelos representantes do Ministério Público diante de falha grave e já assumida pelo autor.