Negócio da água

12/09/2017 às 00:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:31

É o tal negócio, tem sempre alguém ganhando com a, digamos, desgraça alheia. Assim como lá no Caribe e no Sul dos Estados Unidos têm aqueles que ganham com as ameaças dos furacões vendendo água e alimentos, aqui no Norte de Minas tem também quem esteja faturando com a escassez de água, como mostramos na página 4. E, diante deste quadro, quem mais sofre são os menos favorecidos, já que prevalece o poder aquisitivo para a garantia de certos ‘privilégios’.

Quem tem grana, por exemplo, está apelando para a perfuração de cisternas ou a compra de mais caixas d’água para garantir o produto. A demanda por esses itens chegou a crescer cerca de 50% nestes tempos em que não chove na região há seis meses e a previsão é de que São Pedro só abrirá as torneiras em outubro.
O pior é que quanto mais perfurações são feitas mais difícil vai ficando encontrar águas subterrâneas. Não é à toa, por exemplo, que em Belo Horizonte a Copasa mantém uma rígida vigilância no que diz respeito a perfuração de poços artesianos.

Portanto, batemos na tecla mais uma vez: é preciso buscar soluções duradouras, como barragens, caixas para coleta de água de chuva, reflorestamento etc. Afinal, a demanda só tende a crescer com o aumento populacional e não serão medidas paliativas que solucionarão o problema. Pelo andar da carruagem, cada vez ficará mais difícil o acesso ao precioso líquido. Hoje ainda é possível ter a água subterrânea ou a sua busca em locais próximos ao centro urbano. Mas à medida que a escassez for se acentuando mais difícil e distante vai ficando a este acesso. Desta forma, não dá pra contar apenas com a boa vontade das chuvas. É preciso brigar por soluções perenes se quisermos pensarmos no futuro de nossos filhos.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por