O desabafo de um morador da região do Independência resume o sentimento de várias pessoas que moram na periferia de Montes Claros. Para eles, a sensação é de abandono, ou pior, de irrelevância frente às pessoas que moram em bairros mais centrais.
As localidades mais distantes são de extrema importância para qualquer cidade grande. Além de terem cidadãos com os mesmos direitos de quem mora no Centro, as regiões ainda podem receber ações com base no planejamento de crescimento populacional. Isso é praticamente inviável em bairros mais centrais.
Rede de coleta e tratamento de esgoto para todos, drenagem das ruas mais eficiente, proteção de áreas verdes e vias mais largas estão entre as intervenções viáveis e que podem, no futuro, evitar muitos problemas.
Mais ainda do que planejamento e obras, falta maior presença do poder público. E ela não se dá somente com a ida do chefe do Executivo ao local para apertar a mão dos moradores e fazer promessas. Se dá com ações que respondem às necessidades daquelas pessoas.
Os moradores não querem reunião com prefeito e assessores, apesar de nem isso ter acontecido. Desejam atendimento digno na saúde, sem precisar disputar praticamente no tapa uma consulta; não querem também andar todo dia mais de meia hora no meio da poeira para pegar um ônibus.
Atender essas reivindicações não é complicado, principalmente para uma prefeitura que terminou 2017 com R$ 68 milhões em caixa para investimentos. Talvez seja mais difícil para quem só circula em uma determinada região da cidade.