Mais uma encrenca na área da saúde é detectada na cidade e, no meio do tiroteio do jogo de empurra, estão os portadores do vírus HIV. Desde maio, 400 deles estão sem poder fazer exames necessários para medir a carga viral. Os chamados “kits” são distribuídos pelo Ministério da Saúde, mas, pelo visto, o duro é percorrer o caminho até os pacientes.
O Centro do Ambulatório de Especialidades Médicas Tancredo Neves (Caetan) é responsável por entregar os medicamentos aos portadores de HIV, e a coordenadora Maria Salete diz que os pacientes estão com CD4 (moléculas expressas) muito baixas e a carga viral alta, assim como as gestantes, por não fazerem os exames a cada seis meses, como deveria ser.
Os exames de mensuração da carga viral do HIV na corrente sanguínea são essenciais no controle de tratamento dos pacientes portadores de HIV/Aids em uso de antirretroviral, terapia para tratamento e tentativa de eliminação do retrovírus. Eles mostram a eficácia e apontam para uma provável falha do tratamento quando do aparecimento de mutações de resistência induzidas pelas drogas anti-retrovirais. São também essenciais para o parto de gestantes portadoras do HIV.
Portanto, a coisa não é brincadeira mas, infelizmente, há um jogo de empurra no meio de tudo. A Superintendência Regional de Saúde alega que o Estado tem os kits para distribuir, porém é necessário que o município faça a solicitação da quantidade usada em cada ponto de distribuição. Já a Secretaria Municipal de Saúde informa que em junho recebeu nota técnica enviada pela Coordenação Estadual informando que faltava a aquisição dos testes de carga viral do HIV, liberados pelo Ministério da Saúde, o que só deveria ser normalizado em julho. Mas, até hoje, nada. Tomara que resolvam a questão logo!