Estudos realizados por pesquisadores da Unimontes trazem a esperança para a redução dos casos de dengue em Montes Claros, município onde são registrados casos frequentes da doença que, além de causar sofrimento e mortes, gera um alto custo para a saúde pública, já sobrecarregada.
A pesquisa, que faz parte do trabalho de conclusão de curso da estudante de biologia Júlia Gomes Cardoso, sob orientação do professor Magno Augusto Zaza Borges, identificou na área urbana da cidade o mosquito Toxorhynchites theobaldi, considerado o maior predador do Aedes aegypti – inseto vetor não só da dengue, mas da chikungunya, zika e febre amarela, doenças que têm atormentado autoridades sanitárias e tirado o sossego da população.
A descoberta deste predador natural do Aedes em um parque de Montes Claros surpreendeu os estudiosos, pois o inseto é comum em ambientes úmidos, como a Mata Atlântica, e não em locais secos como o sertão norte-mineiro. O desafio agora é estimular a reprodução do inseto em laboratório para soltura em campo.
Se tudo der certo, o inseto poderá servir como alternativa de controle sanitário. Na certa, um método natural bem mais barato e saudável do que os meios utilizados hoje, como fumacê, inseticida jogado nas ruas para matar o Aedes.
No entanto, ainda é fundamental que a população intensifique o combate aos focos do mosquito, não deixando nos quintais materiais que possam acumular água, mantendo lotes limpos, caixas d’água e outros reservatórios de água tampados. A ciência está aqui como aliada para encontrar novas soluções contra doenças e pragas, mas isso não isenta o cidadão de cumprir a sua parte.