Crianças, idosos e pessoas com deficiência conquistaram grande vitória na área da saúde com a promulgação de leis que lhes garantem o direto de contar, durante consultas e internações, com a presença de um (a) acompanhante.
Estudos mostram que o conforto de um familiar ou de amigo que leve carinho, segurança e possa auxiliar, também, em cuidados de higiene e alimentação, resulta em atendimento mais humanizado, colaborando para a recuperação do paciente. O simples ato de colocar, por exemplo, comida à boca de um pai ou filho doente pode levar mais que nutrição, mas conforto para a alma.
A companhia de um pessoa querida torna-se mais importante nos hospitais públicos devido ao quadro reduzido de funcionários, superlotação e estruturas físicas precárias. A direção da Santa Casa de Montes Claros mostra-se, no entanto, na contramão da humanização da saúde, ao proibir que crianças, idosos e portadores de deficiência tenham ao lado uma pessoa da família ou amigo.
O fato de o hospital estar superlotado e os riscos de infecção não poderiam servir como “álibis” para evitar o descumprimento da lei. Seria a hora de a gestão buscar soluções para esses impasses, pois quanto mais humanizado o atendimento, maiores as chances de cura do paciente, abreviando o período de internação e, consequentemente, a superlotação.
Vale lembrar que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que prevê o direito de ter acompanhante a todos os usuários do SUS. Hora mais que propícia para gestão da Santa Casa repensar as práticas adotadas.