A crise é a justificativa dos governos nas três esferas para a queda de arrecadação e a consequente dificuldade para se tirar obras do papel, pela absoluta falta de dinheiro. Por isso fica ainda mais complicado entender o porquê de intervenções iniciadas na gestão passada, e que dependem de relativamente poucos recursos para serem concluídas, estarem abandonadas.
É o que acontece na avenida Vicente Guimarães, que aguarda apenas a instalação de um semáforo para ser aberta à circulação. O custo? Parcos R$ 50 mil, valor irrisório diante do benefício que a via vai trazer.
No caso da avenida Francisco Gaetani, a verba está assegurada. Já foi, inclusive, depositada em uma conta pelo governo do Estado. Mesmo assim, a duplicação não é concluída, ainda que a inauguração da obra possa significar mais segurança a motoristas, ciclistas e pedestres.
No bairro Chiquinho Guimarães, a situação é pior. Uma unidade de saúde começou a ser construída, mas o gasto já feito de R$ 1,5 milhão corre o risco de se perder devido à deterioração da obra.
Os exemplos mostram como a má gestão do dinheiro público atinge em cheio quem deveria ser o objetivo dessas intervenções: o povo. A descontinuidade de projetos é um dos maiores problemas do país, pois implica em expectativas frustradas e desperdício do dinheiro público. Não importa se uma obra foi começada pelo gestor anterior ou rival político. A razão dela sempre será o cidadão, que é quem literalmente paga a conta no fim da história. Por isso, aos gestores, um lembrete: quando a vaidade de uns se sobrepõe ao interesse da população, ninguém sai ganhando.