Não há coisa pior do que abrir uma torneira e não cair uma gota d’água. É o que ocorre diariamente em milhares de residências de Montes Claros com o racionamento da Copasa. Medida da qual a empresa realmente não poderia fugir, face à crise hídrica que assola a região e, sobretudo, diante da dramática situação da barragem de Juramento.
Responsável por 65% da água que abastece a cidade, é o retrato fiel do grave problema causado pela longa estiagem: está com apenas 25% de sua capacidade de armazenamento. O baixo volume de água levou à redução de captação para abastecer Montes Claros, que passou de 44o para 370 litros por segundo, aumentando o número de torneiras inúteis.
Apesar de atingir toda a cidade, em alguns bairros o racionamento tem sido mais penoso para os moradores. O NORTE conversou com alguns, nos bairros Carmelo e Nova Suíça, dois dos mais atingidos pela escassez. A conversa foi ontem à tarde, quando já amargavam o oitavo dia seguido sem abastecimento (leia na página 03).
Nos últimos dias, as torneiras inúteis ganharam repercussão no legislativo. Tanto que hoje comitiva de vereadores visita a barragem de Juramento. O propósito é ver de perto a míngua que a falta de chuva impõe. Ver o espelho d’água reduzido já bastará para provar toda a privação.
Criticam que a visita da vereança é perda de tempo. Pode ser. Diante da calamidade, acreditam que seria mais eficaz uma dança da chuva com orações e petições à São Pedro.
Neste momento dramático, vale o bom humor. Pena que ele não sirva para matar a sede.