O cidadão montes-clarense fica cada vez mais confuso ao ter certas informações sobre o que se passa em sua sofrida cidade, como se não bastasse o castigo destes tempos de seca e a consequente falta d’água. Agora, por exemplo, fica sem entender o fato de a prefeitura autorizar a compra de lanches para todo o primeiro escalão da administração, ou seja, justamente para aqueles mais abonados pelos salários mais altos.
Não se fala de outra coisa nas esquinas, botequins e nas redes sociais. Isso porque - o leitor há de lembrar - há poucas semanas a mesmíssima prefeitura proibiu que professores pudessem pegar carona na merenda dos alunos da rede pública, causando tremendo ma-estar entre os docentes, muitos deles morando distante das escolas.
Portanto, está aberta mais uma polêmica na capital do pequi. Afinal, está lá no Diário Oficial o Extrato do Resultado de Pregão para Registro de Preços n° 39/2017, que anuncia “uma futura e eventual contratação de empresa para fornecimento de lanches atendendo a demanda das secretarias do município”, prevendo um contrato de 12 meses com duas empresas, no valor de R$ 2,5 milhões.
“Nós damos o nosso suor e somos proibidos de merendar, enquanto os secretários que mal cumprem o horário, tem merenda vip. Um absurdo”, gritou a respeito uma professora. A coisa também repercute na Câmara, onde o vereador Valcir Soares botou a boca no trombone com sabedoria: “Enquanto um pai de família, muita vezes, não consegue colocar nem o café na mesa, a prefeitura, que diz estar quebrada, corta o cafezinho dos garis, mas licita lanche para as secretarias. O lanche deveria ser repassado é para aqueles que trabalham com limpeza e capina, que gastam mais energia e precisam da alimentação.”