Todo o orçamento de um município, Estado ou país é uma previsão de gastos para o ano seguinte. Nem sempre essa previsão é confirmada e a administração precisa adequar os custos da máquina pública com as receitas obtidas. Quanto mais distante da previsão, mas ajustes serão necessários.
Primeiramente, é de se estranhar que essa nova administração preveja um crescimento de quase 7% nas receitas para o próximo ano, já que as justificativas para a falta de grandes obras na cidade neste ano praticamente perdido para Montes Claros é a falta de recursos.
O retorno da gestão plena do Sistema Único de Saúde, que garantiria um aumento do caixa, ainda não tem data certa para ocorrer e depende ainda de questões burocráticas. Não é prudente contar com esse aumento.
Por isso, seria um bom sinal para a população o prefeito abrir mão cota de 30% de recursos que podem ser repassados via crédito suplementar para obras, serviços ou qualquer ação que o Executivo considere necessárias. Assim, o prefeito destinaria mais recursos para áreas que não devem ter sido contempladas da maneira ideal no orçamento.
Com os 30%, o Executivo mantém o poder de decidir uma grande parte dos investimentos seguindo critérios políticos, sem levar em consideração as reais necessidades da população.
A atitude de alguns vereadores de tentar fazer com que a administração entenda que, em uma época de crise, cada um tem que ceder em alguma coisa para que todos saiam ganhando foi louvável. Mas convencer alguém a abrir mão do poder é bem difícil.