O culto exacerbado à beleza, presente na sociedade moderna, e a busca da boa forma a qualquer custo têm causado sequelas e mortes, sobretudo entre as mulheres no Brasil. A recente morte de uma paciente atendida pelo “Doutor Bumbum”, no Rio de Janeiro, reacende as discussões sobre os casos de erro médico e alerta a população sobre a necessidade de precauções ao realizar procedimentos na área de cirurgia plástica e estética.
No Norte de Minas, foram registradas 67 ações contra possíveis erros médicos, sendo 49 delas em Montes Claros de 2015 a 2018 – no período de janeiro a julho. Entre os processos em tramitação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), 20% deles dizem respeito a problemas durante procedimentos estéticos.
Buscar um médico qualificado, com especialização em cirurgia plástica, submeter-se a cirurgias em clínicas com infraestrutura adequada e buscar referências sobre o profissional são recomendações do Conselho Regional de Medicina (CRM) para não embarcar em uma canoa furada e transformar o sonho de beleza em um sofrimento. A bancária Lilian Calixto, por exemplo, era atendida na cobertura do apartamento do “Doutor Bumbum”, local sem estrutura mínima para socorro em caso de complicações cirúrgicas. Ela foi levada após os problemas na intervenção médica para um hospital, mas não resistiu.
Repensar também sobre a verdadeira importância e necessidade de um procedimento estético é crucial para não ser levado pelo comportamento coletivo da busca desenfreada pela beleza. Muitas vezes, a obsessão pelo corpo perfeito deve ser tratada com um psiquiatra e não com o bisturi.