A cada dia torna-se mais crítica a atenção da criança à saúde, e um dos problemas é a baixa oferta de pediatras. Sabe-se que muitos pediatras têm fugido da especialidade e mesmo entre os estudantes de Medicina muitos pensam em tudo, menos nesta área na hora de definir os rumos da carreira. Vários hospitais estão acabando com o atendimento pediátrico.
Os pediatras alegam que a remuneração é baixa e que são desvalorizados. E que são muito cobrados. Não faltam pais de crianças que querem a disponibilidade do médico por 24 horas. E se ser pediatra particular já parece complicado, imagine diante das dificuldades na rede pública. Isso em qualquer lugar deste país. Quem tem criança sabe muito bem do que estamos falando.
Portanto, não é surpresa que a tão precária área de saúde pública de Montes Claros esteja também devendo no que diz respeito à atenção às crianças. E o pior, com a redução de verbas para a saúde pelo governo federal, a coisa só deve piorar. Como podemos ver na página 4 desta edição, em nossa cidade a assistência médica infantil na área pública fica cada vez mais crítica.
A demora no atendimento pediátrico via SUS tem levado pais em desespero a buscar atendimento até em outras cidades. As reclamações são generalizadas. Não há estímulo à atividade. Os médicos reclamam da baixa remuneração, da sobrecarga de trabalho e da falta de condições de trabalho adequadas. Por isso é um deus-nos-acuda na hora de buscar um(a) pediatra, verdadeiro desafio.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que para cada 100 mil habitantes haja 18 pediatras. No caso de Montes Claros, seriam 72 profissionais. O Conselho Regional de Medicina local tem 98 cadastrados, mas muitos abandonaram a especialização. Onde vamos parar?