Nestes tempos de vacas magras em que o governo federal reduz drasticamente a destinação de verbas para vários setores, é um alento a informação de que o governo do Estado determinou o retorno da gestão plena de saúde a Montes Claros a partir de março do próximo ano. A portaria publicada no último dia 14 ordena que o Estado permaneça com a responsabilidade transitória de todas as ações relacionadas à seleção, cadastramento, contratação e pagamento dos prestadores hospitalares, com recursos da média e alta complexidade. Com isso, dentro de dois meses o Município de Montes Claros começará a assumir a regulação dos serviços. Assim, a equipe da gestão municipal é que fará o controle, auditoria e terá maior controle dos serviços, enquanto a gestão financeira continuará com o Estado, como deve ser.
Desta forma, ao reconhecer a precariedade dos serviços de saúde em todo o país, a secretária municipal de Saúde, Dulce Pimenta, acredita em dias melhores para o setor na cidade. Afinal, cerca de R$ 11 milhões mensais voltam aos cofres municipais, ao contrário dos R$ 2 milhões que eram destinados.
Outra boa notícia é a autorização pelo Estado de credenciar o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro, que recentemente teve autorizado o repasse de R$ 3 milhões para atendimento pelo SUS. Tudo isso é um alento para a cidade e região. Vale lembrar, por exemplo, os sérios problemas vividos em Belo Horizonte pela Santa Casa de Misericórdia, que chegou a cortar pela metade o atendimento diante da falta de verba do SUS. Também na capital, o mesmo drama vive o hospital municipal Odilon Behrens, que acumula um déficit de R$ 40 milhões. A unidade é 100% SUS e pode fechar seus 516 leitos.