E se Michel Temer ficar?

Artur Leite
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/06/2017 às 12:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:01

Estive entrevistando a deputada federal Raquel Muniz em meu programa na Rádio Terra-AM de Montes Claros e ela, entre muitas perguntas dos ouvintes, confirmou que mesmo diante da crise estabelecida com as delações e o julgamento da chapa- Dilma e Temer, o Congresso Nacional não parou e continua cumprindo pautas e agendas positivas através de um trabalho sério da Mesa Diretora. Um ouvinte questionou o que vai acontecer se o presidente Temer não for condenado pelo TSE, o que está caminhando para isto, ela fez uma análise interessante argumentando que as perspectivas serão mais positivas e podem ter continuidade na recuperação da economia, mesmo com desconfiança do mercado financeiro. Neste ínterim, a deputada não erra, pois ventos que sopram de Brasília confirmam: a imprensa defende que a equipe econômica está tentando segurar a confiança de empresários e investidores no diálogo, mas sabe-se que não será fácil a travessia nos próximos meses.

Tanto o Ministério da Fazenda quanto o do Planejamento têm números que ainda sustentam o discurso de que a economia, mesmo de forma tímida, está se recuperando. Os técnicos das duas equipes reconhecem que o baque provocado pelas delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, foi grande, mas o humor dos agentes econômicos não foi totalmente contaminado pelo pessimismo. Boa parte dos empresários e dos investidores acredita que ainda é possível segurar o tranco do crescimento e impedir que o país mergulhe novamente na recessão.

Em matéria publicada pelo Correio Braziliense mostra-se que na visão de técnicos do governo, “diante da força dos canhões disparados contra Temer, já era para a bolsa de valores ter voltado aos 50 mil pontos e para o dólar estar rodando próximo dos R$ 3,50.

Contudo, mesmo capengando, o Ibovespa, principal índice de lucratividade da Bolsa de Valores de São Paulo, se mantém acima dos 60 mil pontos e a moeda norte-americana, girando na casa dos R$ 3,25.

“Estamos diante da possibilidade de mais um presidente ser deposto, mas não vemos pânico nos mercados. Isso mostra que há uma certa confiança em fundamentos mais sólidos da economia”, diz um dos técnicos.

Sobre as reformas já existem correntes dentro do governo que se dão por satisfeitas se o Congresso aprovar a reforma trabalhista ainda neste mês.

Essa também é a percepção entre os empresários.

Ainda que eles reconheçam os impactos positivos da reforma da Previdência para as contas públicas e a garantia da solvência do país, estão mais focados no curto prazo.

“Para o empresariado, as mudanças na lei que rege o mercado de trabalho terão efeitos quase que imediatos na economia, pois haverá uma revolução nas negociações entre empregados e patrões”.

Uma realidade é que qualquer conquista do governo no Congresso neste momento será motivo de comemoração.

O ideal seria que todo o planejamento feito até 17 de maio, quando estouraram as delações dos donos da JBS, fosse mantido. Mas tudo virou de cabeça para baixo.

Apesar do conformismo, a equipe econômica lamenta o fato de o Brasil não poder tirar proveito das condições mais favoráveis oferecidas pelo mundo.

Para esclarecimento de nosso leitor, até ontem, às 18 horas, a tendência era de 4 a 3 pela absolvição da chapa Dilma e Temer numa demonstração da força que o Executivo tem no judiciário.

É a oportunidade que Temer terá de dar continuidade ao seu trabalho, mas pode ir se preparando porque mais denúncias estão chegando e dificilmente ele terá paz para continuar trabalhando.

UMA COISA.

*Professor
 

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