A dança das vitaminas

Mara Narciso, médica e jornalista
18/09/2017 às 23:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:37

Addera D3, a primeira Vitamina D e marca de referência, tinha 132 UI/gota. A baixa de Vitamina D parecia restrita a grupos específicos, que não fizessem adequados exposição ao sol e consumo de peixe, carne, fígado, leite e ovos.

Mas muita gente tem valores baixos, mesmo num país ensolarado. A falta dessa vitamina mostrou-se endêmica, e foi questionada a referência de 32, como mínima normal, como também o método usado. Justifica-se pela fuga do sol e uso de protetor solar.

Era exigida cautela ao se administrar cálcio e Vitamina D juntos, devido à possibilidade de intoxicação por ser ela lipossolúvel, se mantendo no organismo depois de suspensa a suplementação.

Na intoxicação ocorre hipercalcemia, arritmia cardíaca e desidratação. Depois ficou comum o uso de Carbonato de Cálcio 500 mg e Vitamina D3 400 UI, numa única cápsula. O Addera D3 passou a doses maiores, de até 50.000 UI por comprimido.

A Vitamina D é um hormônio ativado pelo sol, mas pela tradição mantém o nome, sendo a Vitamina da Década. É produzida a partir de uma molécula de colesterol, sendo responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Sua falta leva ao raquitismo (na infância), osteomalácia, osteopenia e osteoporose.

Como fortalece o sistema imunológico, sua restrição pode contribuir para infecções, fadiga, depressão, dores musculares, dificuldade de cicatrização e queda de cabelo.

A dosagem de Vitamina D virou rotina e muitas pessoas apresentam um nível inadequado. Seguindo o antigo receio, optou-se, inicialmente por doses moderadas, mas, depois de ser suspensa voltava ao estado anterior. Então, formulações maiores têm sido prescritas.

Surgiu uma nova preocupação, uma ocorrência que se dá após a maturidade. O cálcio, no envelhecimento, tende a sair dos ossos e a se depositar nas artérias, endurecendo-as. A administração de cálcio para osteopenia pareceu aumentar essa propensão.

Observou-se que a Vitamina K2, um micronutriente importante na coagulação sanguínea, produzida pelas bactérias intestinais inibe a calcificação dos vasos sanguíneos e tecidos moles, suprimindo a inflamação, combatendo a osteopenia e a doença cardiovascular. Também direciona o cálcio para ser mais bem aproveitado pelo esqueleto.

A esses dados, somou-se a observação de que o Magnésio estimula a produção de Calcitonina, favorecendo a formação óssea e reduz a do Paratormônio, diminuindo a reabsorção óssea. Também converte a Vitamina D inativa em ativa e ajuda a prevenir a Doença Arterial Coronariana - angina e infarto.

A Vitamina K2 e o Magnésio foram associados às preparações mais recentes. Assim, recomenda-se o uso de cálcio citrato malato, cuja eficácia tem se apresentado maior do que a do carbonato e do fosfato de cálcio, adicionado à Vitamina D3.

A vitamina que abre o apetite e engorda é a Vitamina B1, mas algumas pessoas relatam aumento do apetite com o uso de Vitamina K2. Para o bem estar dos ossos, recomenda-se, se possível, o uso de leite e derivados, banho de sol, sem protetor solar, 15 a 20 minutos por dia em momento de sol forte (sombra bem menor do que o corpo - A pessoa de pele escura necessita de uma maior exposição solar do que as de pele clara). Persiste a orientação para não se abusar do sol do meio dia, indicado por ser o sol que estimula a vitamina D.

No entanto, como é o mesmo que mancha a pele, causa rugas e pode causar o câncer dermatológico, muitos estão optando pelo uso oral da vitamina D em remédios combinados, enquanto a indústria farmacêutica faz a festa.

A falta da vitamina D mostrou-se endêmica, e foi questionada a referência de 32, como mínima normal, como também o método usado. Justifica-se pela fuga do sol e uso de protetor solar.
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