A saúde pública no Brasil tem se revelado um verdadeiro martírio para sua gente. Insuficiência de profissionais, infraestrutura precária e superlotação, são algumas das mazelas de um sistema fragilizado pela corrupção e pelo descaso de muitos governantes, quando deveria ser a solução no momento que mais se precisa dele.
É tanto desvio financeiro que não sobra dinheiro para o que é prioritário. O próprio Ministério da Saúde fez um levantamento para atestar a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a média nacional, em uma escala de 0 a 10, ficou em apenas 5,5.
Na tentativa de mudar a reserva de recursos, tramita na Câmara dos Deputados uma proposta de iniciativa popular (Projeto de Lei Complementar 321/13). Chamada de Saúde+10, a proposta prevê a destinação, pelo governo, de pelo menos 10% das receitas correntes brutas para a saúde.
Reafirmo: a má gestão dos recursos da saúde chega a ser até mais grave que a própria falta dos recursos, propriamente dito. Vejamos alguns exemplos: a defasagem no pagamento de determinados procedimentos pelo SUS é uma verdadeira vergonha, e até diria, um disparate.
O SUS paga por uma biopsia de mama ou de próstata a mísera quantia de R$ 68, quando só a agulha custa R$ 100. Um leito de CTI custa R$ 1.400, mas o SUS paga somente R$ 572. Um contrassenso enorme.
Fica claro, portanto, que a dupla falta de dinheiro e má gestão caminham juntas. Consegui levar para Montes Claros a Comissão Parlamentar de Inquérito que buscou responsabilizar os culpados pelos desvios de recursos destinados à compra de órteses e próteses. Com certeza você, leitor, deve lembrar desse episódio.
Quer dizer: o dinheiro chegou, mas a corrupção impediu que os implantes fossem realizados da maneira correta e para quem estava há mais tempo aguardando.
O Ministério da Saúde e os Conselhos de Saúde precisam acompanhar de perto como esses recursos são aplicados. É inadmissível que dezenas de equipamentos novos de alta tecnologia acabem se estragando por falta de uso, como já foi mostrado por diversas vezes nos noticiários.
Como médica e representante do povo de Minas Gerais não aceitarei mais que a saúde pública continue em coma.
Agência do INSS
Estive recentemente com o presidente do INSS, Leonardo Gadelha, e solicitei a abertura da agência do INSS de São João da Ponte, que vai beneficiar também quem mora em Lontra, Varzelândia, Ibiracatu e Japonvar. O prédio está pronto desde o ano passado. Para nossa alegria e das 75 mil pessoas que vivem nessas cidades, ele se comprometeu que até o fim de setembro a agência será inaugurada. Aqueles moradores não precisarão mais se deslocar até Montes Claros para buscar atendimento na agência local.