Sem armas de fogo

Bene Barbosa - Especialista em segurança
Hoje em Dia - Belo Horizonte
08/03/2018 às 23:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:46

O Ministério Público de São Paulo divulgou um recente estudo onde analisou os chamados feminicídios nos últimos 12 meses e constatou que 83% dos crimes consumados ocorreram sem o uso de armas de fogo. Facas, canivetes, foices e as mãos foram amplamente mais usadas para matar mulheres do que armas de fogo. 

A ideia do desarmamento como uma proteção às mulheres, como sempre afirmei, não passa de balela, de mentira. Falsa também é a pseudoproteção dada por um pedaço de papel chamado Lei Maria da Penha.

O que me impressiona nesse debate é a posição radical da maioria das feministas que sempre defendeu a proibição às armas como medida protetiva. Ora, com raras exceções, o homem tem muito mais força física e capacidade para violência que a mulher e isso é fato. Portanto, a única possibilidade de equiparação está na arma, a força física se torna absolutamente secundária.

Nos últimos dias assisti, novamente, ao filme “Um Crime Perfeito”, de 1998, com Michael Douglas e Gwyneth Paltrow, onde um marido decide assassinar sua mulher. Contrata o próprio amante da esposa que falha no objetivo e, descoberto, decide ele mesmo dar cabo de sua companheira e o teria feito com as próprias mãos se ela não estivesse armada. A força bruta não resistiu aos três disparos. Fim da história.

De acordo com a Unodc – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime –, 95% dos homicídios cometidos no mundo são perpetrados por homens. Nessa linha, cheguei a brincar com uma moça desarmamentista em meu Twitter dizendo que se eu fosse feminista, meu slogan seria: homens armados matam, mulheres armadas sobrevivem.

Eu realmente nunca consegui entender por qual motivo grupos que se dizem oprimidos, que acusam o estado ser patriarcal e opressor, que dizem não confiar em nossos políticos, defenderem o desarmamento, ou seja, o monopólio da força exatamente nas mãos do inimigo. Convivem com ideias antagônicas sem nunca se darem conta disso. É o “Duplipensar” de George Orwell em estado de arte.

Não é sem motivo que hoje nos Estados Unidos quase 30% dos portes de armas emitidos são para mulheres. Só no Texas são quase 300 mil. Qual o resultado disso? Mais mortes? Não. Mais mulheres protegidas, menos feminicídios e quase 60% menos estupros! 

De acordo com o estudo Law Enforcement Assistance Administration, Rape Victimization in 26 American Cities, do Departamento de Justiça norte-americano, apenas 3% dos estupros se concretizam quando a mulher está armada e reage.

O que o relatório do Ministério Público comprova é que quem quer matar, mata. Porém, convenhamos, o único objeto capaz de proporcionar eficazmente a possibilidade de defesa e a equiparação de força, seja para uma mulher ou para um homem, é a arma de fogo. O resto é utopia e abstração da realidade.

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