Cidade

Edifício Roma: relatório explicita situação técnica

Avaliação foi fundamental para a liberação das vias próximas ao imóvel em Montes Claros

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 24/04/2024 às 20:25.
De acordo com o relatório técnico, as deformações nos pilares do terceiro pavimento excederam os valores esperados conforme as normas técnicas atuais (MÁRCIA VIEIRA)

De acordo com o relatório técnico, as deformações nos pilares do terceiro pavimento excederam os valores esperados conforme as normas técnicas atuais (MÁRCIA VIEIRA)

O relatório referente ao escoramento emergencial do Edifício Roma, obtido por O NORTE junto ao Ministério Público, traz informações detalhadas sobre a avaliação conduzida por um engenheiro. Esta avaliação serviu para que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil pudessem autorizar o retorno dos moradores nas imediações do Edifício Roma e a liberação das vias.

O escoramento foi a medida emergencial, definida imediatamente após a ocorrência. Posteriormente, houve a verificação de todo o cálculo estrutural (pilares, vigas e lajes) e das fundações (blocos e cintas) para emissão de laudo técnico segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para delimitar e definir eventuais reforços necessários a fim de garantir a segurança e estabilidade da estrutura. 

O edifício possui 22 pavimentos, incluindo subsolo e cobertura. Ao saber da ruptura do pilar entre o quatro e quinto andar, a construtora fez uma análise técnica por meio do software TQS (programa específico para dimensionamento estrutural), que revelou deficiência de rigidez no núcleo composto por elevadores e escada, além de tensões de compressão elevadas em alguns pilares até o piso do 12° pavimento. 

Na transição dos pilares no terceiro pavimento, foram encontradas “deformações do elemento portante maiores que os valores previstos na normativa técnica vigente”. Todas as não conformidades identificadas serão solucionadas por meio de reforço e recuperação da estrutura, segundo o emitente. Uma nova vistoria foi realizada no dia 15 de abril, a fim de acompanhar a evolução do trabalho realizado e não foram constatadas novas manifestações patológicas como fissuras, quebra de vidros, emperramento de esquadrias e desplacamento de revestimentos, além das que já estavam sendo monitoradas. Para que o entorno do edifício fosse liberado de maneira segura, foi necessário fazer o escoramento até o piso do 12° pavimento. O trabalho foi detalhado em fotos anexadas ao documento, com referência a materiais utilizados e projetos arquitetônicos. 

A análise concluiu que a estrutura mantém prumo, nível e eventuais patologias encontram-se estáveis. Para isso, considerou o tráfego de veículos que em nada afeta o escoramento, os fatores climáticos e geológicos na região e a obediência às normas técnicas e legais vigentes. Desse modo, o engenheiro Marco Túlio Fleury de Carvalho, que assina o documento, declara assumir a “total responsabilidade civil e criminal pela veracidade das informações apresentadas” e recomenda a continuidade do monitoramento e do reforço estrutural, com vistas a liberação segura e rápida dos moradores ao edifício.

O Ministério Público informou que “não serão concedidas entrevistas nem respondidas perguntas neste momento da apuração”. Mas reiterou não haver sigilo em relação ao documento e, caso o morador atingido ou a imprensa necessite de acesso, basta comparecer ao órgão para receber cópia.

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