Violação à Lei Seca cresce no Norte

Levantamento aponta que crimes aumentaram 15,78% de 2016 para 2017 na região, apesar de rigor na legislação

Da Redação
Montes Claros
19/06/2018 às 06:21.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:49

Há dez anos, com a implantação da Lei Seca, a mistura bebida alcoólica e volante tem sido foco de fiscalização cada vez mais intensa. Mas nem todos os motoristas ainda se conscientizaram do perigo que essa combinação pode provocar. No Norte do Estado, 304 condutores foram presos desrespeitando a legislação em 2016, número que subiu para 352 em 2017, alta de 15,78%.

Os flagrantes de motoristas embriagados ainda persistem, mesmo com todos os endurecimentos pelas quais a Lei Seca já passou nesses dez anos de validade. 

Em Minas, a campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida”, realizada de forma integrada entre a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Rodoviária Federal, aponta um crescimento de 43% nas abordagens de motoristas em 2017, em blitze específicas para prevenir e reprimir a mistura álcool e direção. 

Enquanto em 2016 foram parados 80.832 condutores, a ação, em 2017, chegou a 116.048 motoristas.

Ainda segundo dados da campanha, o número de crimes caiu 24% no ano passado, o que segundo a coordenadora de trânsito da Sesp, Christianne Aguiar, aponta para uma mudança de comportamento entre aqueles que tinham o hábito de beber maiores quantidades e, mesmo assim, dirigir. 

Para configurar crime, é preciso que o bafômetro acuse a ingestão acima de 0,33 miligramas de litro por ar expelido.

Segundo o sargento comandante de blitz, Rively de Andrade Silva, a principal vitória da Lei Seca neste período foi a aceitação. Para o sargento, os trabalhos de combate à direção combinada ao álcool tiveram grande rejeição no início, mas hoje em dia é aprovado pela maior parte da população.

“Há um tempo atrás, as pessoas corriam e não aceitavam. Hoje percebo, no condutor, uma aceitação maior. Ele sabe que está errado e até elogia nosso trabalho”, disse o sargento, alertando que o principal objetivo do Código de Trânsito é preservar a vida.
 
MAIS RIGOR
Em abril, passou a valer a nova legislação que modificou trechos do Código Brasileiro de Trânsito, de 1997, e que deixou a Lei Seca mais severa.

O tempo de prisão previsto para condutor bêbado que comete homicídio culposo no trânsito que variava de seis meses a dois anos, foi ampliada para cinco a oito anos. 

Nesses casos, a lei já previa sanções administrativas, como multa mínima no valor de R$ 2.934, sete pontos na carteira, retenção do veículo e suspensão da CNH. Além disso, agora o juiz aplica a pena levando em conta o Código Penal. 
 
ALTERNATIVAS 
Nos últimos anos, novas opções de transporte, principalmente através do uso de aplicativos, facilitaram a vida de quem consume bebidas alcoólicas longe de casa. Em algumas situações, as viagens podem ficar mais em conta do que sair com o próprio carro. 

No Norte de Minas, nem todas as pessoas correm risco. O analista de recursos humanos Dionne Rodrigues utiliza os serviços de transporte alternativo sempre que decide sair e consumir bebida alcoólica. Segundo ele, isso ocorre pelo menos duas vezes por semana e, por segurança, a opção se tornou um hábito.

Dionne Rodrigues acredita ainda que excede a lei onde falta amor. “A Lei Seca nada mais é do que uma proteção para pessoas inocentes, que em muitos momentos são vítimas de pessoas imprudentes e ignorantes”.



 

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