Vacinação contra sarampo cai em MOC

Apesar do alto risco que a doença representa, pais não têm levado os filhos para receber a dose de proteção

Leonardo Queiroz
Montes Claros
04/08/2018 às 07:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:45

A situação do sarampo é preocupante em todo o país, que já registra 1.053 casos confirmados da doença – 742 no Amazonas e 280 em Roraima. Há ainda casos considerados isolados em São Paulo (1), no Rio de Janeiro (14), no Rio Grande do Sul (13), em Rondônia (1) e no Pará (2).

Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 4.470 casos permanecem em investigação no Amazonas e 106 em Roraima. Em Minas, somente neste ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) recebeu a notificação de 118 casos suspeitos. Deste total, 55 foram descartados e 63 continuam sendo investigados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Montes Claros está entre as cidades que tiveram notificações. Apesar disso, dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam uma redução na procura pela vacina justamente nos meses em que mais se alardeou o risco da doença.

Com estoque em dia de doses da tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, a procura de pais pelos postos de saúde da cidade para proteger os filhos despencou nos meses de junho e julho.

A cobertura vacinal nesses meses ficou apenas em 37,73% e 30,22%, respectivamente, para a primeira dose. No caso da segunda aplicação o índice é ainda menor: 31,24% e 25,35%, respectivamente.

Ao final dos sete meses, a cobertura acumulada na cidade é de 69,08% para a primeira dose – que deve ser dada aos 12 meses – e de 56,22% da segunda dose, que deve ser ministrada aos 15 meses. Índices considerados muito abaixo dos 95% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
ALTO RISCO
Essa baixa proteção coloca a cidade e a região em risco, pois a doença é altamente contagiosa e o vírus está em circulação no país. A vacina é a única forma de prevenção.

O sarampo é uma doença grave que pode levar à morte. Para evitar que mais casos acometam crianças e também adultos, começa na segunda-feira a Campanha Nacional de Vacinação, que segue até 31 de agosto. A ideia é criar uma blindagem contra a doença. Todas as crianças de até 5 anos, inclusive as que estão com o cartão em dia, deverão ser vacinadas contra o sarampo e a poliomielite em Minas.

“Fazemos um alerta para que levem os filhos para vacinar, mesmo os que já se imunizaram e os que estão sem o cartão. Tudo será verificado e atualizado. As doses de meningite também estão sendo regularizadas. Não há motivo para não se proteger”, destacou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde do Estado, Rodrigo Said.

Todas as 4.076 salas de vacinação mineiras estarão aptas a receber as crianças. No ato da imunização, pais e responsáveis devem portar documentos e cadernetas para que os profissionais de saúde atualizem todas as doses pendentes. Até os que já foram imunizados mais de uma vez devem receber o reforço.
 
PROCURA
De acordo com a enfermeira Sabrina Andrade, da Unidade de Atenção Básica à Saúde do bairro Cintra, alguns pais têm buscado informações sobre a vacina. “Depois da mídia, a população fica mais informada e a gente tem percebido um pequeno aumento na procura pela vacina”, disse.

Carol Silva, mãe da Sophia, de 4 meses, ficou sabendo do surto da doença pela televisão e logo procurou o posto do Cintra para imunizar a criança. “Chegando aqui, fui orientada pelos profissionais sobre todas as vacinas. Eu sabia da importância, mas não imaginava que era tão séria a imunização. Hoje, o cartão da Sophia está atualizado e ainda posso orientar outras mães da grande importância da vacinação”.

A vacinação pode ser feita em qualquer posto, mas a orientação é que se procure o posto de referência para facilitar o acompanhamento da criança onde fica o cartão-espelho com todo um histórico vacinal. Isso garante, após uma perda ou roubo do cartão, o acesso aos dados da criança.

A vacina tríplice viral deve ser administrada também em adultos: quem tem até 29 anos devem tomar duas doses; de 30 a 49 anos, uma. Para os maiores de 50 anos considera-se que já houve contato com a doença e, portanto, não é necessário se proteger.

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