Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
Na edição 17 de outubro, O Norte publicou reportagem referente à licitação do transporte coletivo urbano de Montes Claros - que estava prevista para acontecer neste mês e até a presente data não aconteceu. Na oportunidade, os vereadores ouvidos pela reportagem, Ruy Muniz e Fátima Pereira foram unânimes em afirmar que compromissos firmados pelo atual prefeito, em campanha, ainda não foram cumpridos. Já o também vereador Lipa Xavier lembrou que o prazo para a licitação é até janeiro de 2007.
Reafirmando o seu compromisso social, O Norte vai continuar na luta de sempre ouvir entidades de classe e a população em geral sobre a importância da licitação para a cidade de Montes Claros, onde a população, na sua maioria, precisa do transporte coletivo urbano para se dirigir principalmente para o trabalho, escolas e faculdades.
POSIÇÃO DA UNAMMOC
A União das associações de moradores de bairros, vilas e distritos de Montes Claros, através do seu presidente Denílson da Silva Mendes, crítica a forma como se encontra atualmente o transporte coletivo da cidade.
De acordo com ele, a entidade tem esperança e acredita na licitação. – Estamos com o ministério público, que acredito que pode nos ajudar, forçando a prefeitura a realizar logo a licitação, que vai ser importante para a cidade.
Outra critica que Denílson da Silva faz em relação ao transporte coletivo de Montes Claros é quanto às seguidas reclamações que o mesmo recebe de toda a cidade. Ele explica que se paga um preço considerável pela passagem e o usuário não tem uma contrapartida que é um transporte de qualidade, e todas as lotações passando na hora determinada.
- O atendimento é péssimo e o pessoal da nossa cidade não exerce de forma plena a sua cidadania, o que é lamentável. Não adianta reclamar apenas nos pontos de ônibus sobre a falta de qualidade e sim, reivindicando e cobrando da prefeitura e de outros órgãos competentes não apenas o serviço de qualidade e principalmente a realização da licitação.
OMISSÃO DA PREFEITURA
O secretário de assuntos estratégicos da Unammoc Antônio Carlos de Souza também mostrou a sua insatisfação pelo fato de ainda não ter acontecido a licitação. Segundo ele, a atual administração deveria explicar para a população a importância da licitação.
- A prefeitura tem que ir à imprensa e chamar também a população à mesa de debate para que a mesma participe de maneira mais ativa sobre este assunto. Até mesmo as atas do Conselho municipal do transporte coletivo urbano são fechadas. Se o prefeito agisse chamando a população e a imprensa para o debate ele resgataria a sua credibilidade diante da população.
De acordo com Antônio Carlos de Souza, ainda falta mobilização por parte de algumas entidades de classe da cidade em torno do assunto licitação. Ele revela que associação da qual faz parte, por exemplo, tem 135 associados que estão em dias com a entidade, mas outras associações de bairros se envolvem de maneira mais efetiva na discussão.
- Temos que pressionar, pois as empresas que fazem o transporte coletivo da cidade não proporcionam nenhum retorno social para o usuário, como atendimento de qualidade, pontos de ônibus cobertos para as pessoas se protegerem das chuvas e do sol, alguns lotações sem o mínimo de condições para uso, uma vez que estão velhos e outros sujos, além do preço da passagem, injusto pelo tamanho de Montes Claros. Considero ainda a ATCMC um fantoche, pois ela atende unicamente aos interesses das empresas - desabafa.
BAIRROS PREJUDICADOS
Antônio Carlos de Souza reafirma como na reportagem anterior, que nos bairros como Camilo Prates, São Geraldo II, Santa Rafaela e Santo Amaro, os usuários ficam à espera dos lotações por mais de uma hora.
- É um absurdo. Principalmente quem mora em bairros periféricos da cidade. Este cidadão está prejudicado em virtude da quantidade de ônibus que rodam em alguns bairros. A reclamação é grande, por isso vamos lutar pelo transporte alternativo que pode amenizar alguns problemas.
Ele diz ainda que é comum três ônibus indo para um mesmo bairro e não ter nenhuma fiscalização para coibir este problema. Outra denuncia feita por Antônio Carlos é quanto aos motoristas.
- Se o ônibus quebra por algum incidente alguma peça, automaticamente é descontado, na sua folha de pagamento, as despesas relativas.
Ele acredita que é alto o índice de motoristas afastados por estress, desgaste e ainda com o sistema nervoso abalado. Na opinião dele tudo isso contribui para o desgaste da relação do motorista e com o usuário.
PROPOSTAS DA UNAMMOC PARA A LICITAÇÃO
Os dois representantes da União das associações de moradores de bairros, vilas e distritos de Montes Claros, através do seu presidente Denílson da Silva Mendes e do secretário para assuntos estratégicos Antônio Carlos de Souza enumeraram 10 itens que eles entendem fundamentais dentro do processo de licitação.
1- Licitação por linha
2- Abertura para pelo menos mais duas empresas
3- Retorno social por parte das empresas para a comunidade
4- Abertura para o transporte alternativo
5- Fim dos horários de espera nos pontos de ônibus de até 2h30 fato que é real em alguns bairros
6- Maior fiscalização do poder concedente junto às empresas
7- Transparência nas licitações colocando o cidadão ciente de como e o porquê da licitação, pois o cidadão usuário informado além de ajudar a fiscalizar com suas atitudes terá uma melhoria considerável no setor.
8- Envolvimento das entidades na participação das licitações
9- Melhoria nos recursos humanos com preparação e qualificação dos motoristas e cobradores no atendimento ao público
10- Despolitização das licitações evitando com isso prejuízos aos usuários.
SEM VÍNCULO
De acordo com Antônio Carlos de Souza a Unammoc não tem nenhum vinculo partidário ou político com as empresas e que tem trabalhado da melhor maneira possível para que a licitação aconteça. – A partir de hoje vamos começar a recolher assinatura da população quanto à licitação e também quanto à melhoria do transporte coletivo urbano da cidade. Teremos postos de atendimento nas praças doutor Carlos e Coronel Ribeiro e a nossa expectativa é de recolhermos mais de 80 mil assinaturas.