O Código de posturas, que proíbe os donos de barzinhos e outros estabelecimentos comerciais de Montes Claros a usarem as calçadas ou outros espaços públicos para colocar mesas, cadeiras e equipamentos de som parece não estar sendo cumprida por aqui, onde a prática abusiva continua, agora com certa freqüência, por causa do calor que vem fazendo na cidade.
A dona de casa Andréa Rocha, que mora ao lado de um barzinho na área central da cidade, diz ficar abismada com a cara-de-pau dos donos de barzinhos e botecos que não estão nem aí para as pessoas, e entopem as calçadas em frente aos seus estabelecimentos com todo tipo de material usado por eles em seu negócio.
Andréa conta que, na semana passada, uma mãe, com um bebê no colo, escorregou e caiu no asfalto, com a criança, porque procurou espaço na calçada e não encontrou, tendo que buscar o meio da rua para se locomover.
Para ela, o que revolta é presenciar constantemente esse tio de abuso, e não ver nada sendo feito no sentido de proibir e colocar um fim na situação.
ATÉ ALTAS HORAS
A poluição sonora, também, caminha junto com a poluição visual, e o abuso é o mesmo por parte dos donos de estabelecimentos, que permanecem até altas horas com seus aparelhos de som ligados, sem que ninguém os incomode.
O aposentado Manoel Torres dos Reis, que mora no Bairro Sta Rita, diz que já perdeu a conta das vezes em que teve que sair no meio da noite para pedir ao dono de um barzinho nas proximidades que diminuísse o som para que ele pudesse voltar a dormir.
Manoel diz que ainda foi desacatado pelo dono do estabelecimento, que queria partir para a briga, dizendo que lugar de velho é na roça. Abusos desse tipo tornaram-se comuns em Montes Claros, e existem reclamações de que o telefone usado pela população para reclamar seus direitos nem sempre está disponível em determinados horários, ou permanece quase sempre ocupado.