Ruas intransitáveis, dificuldades para conseguir atendimento médico e falta de limpeza urbana. Estes são os problemas enfrentados pelos cerca de 5 mil moradores do Distrito Industrial, que cobram ação urgente do poder público para melhorar as condições de vida no bairro.

Para amenizar a falta de pavimentação, os moradores jogam restos de construção em buracos nas ruas para que os carros continuem circulando, segundo a dona de casa Vilma Andrade.

“Existem diversos problemas no bairro. Há ruas onde carro não passa. Tem gente que precisa de ajuda dos vizinhos para se locomover devido aos problemas na infraestrutura das vias”, diz Vilma. 

No início do ano, os moradores se uniram para limpar a parte baixa da rua 43, no encontro com a 50. O local era utilizado como lixão a céu aberto. Após a limpeza da área, os moradores foram procurados pela prefeitura, que teria alegado que eles estavam com intuito de invadir o local.

“Vieram a guarda municipal e funcionários. Eles disseram que nós estávamos nos apropriando do terreno. Mostrei as fotos de como estava antes. Hoje ele está cercado e possui a placa de proibido jogar lixo”, relata o autônomo José Ailton Cardoso. 

Ele diz que a “faxina” foi feita com máquinas pagas pelos moradores. “Foram mais de R$ 450 para limpar um terreno da prefeitura, porque não dava para aguentar baratas, ratos, escorpiões, além do odor insuportável”. 

Segundo José Ailton, em época de chuva nem o caminhão de lixo passa pelas ruas sem asfalto. “No período chuvoso temos que juntar o lixo de todos os vizinhos e levar para a rua de cima, que é pavimentada. A saúde também é um caos: sofri um acidente e precisei de curativos, procurei o posto de saúde e fui orientado a comprar porque eles não tinham material básico para fazer sutura. É um absurdo”, desabafa.
 
SEM ATENDIMENTO 
Para obter uma ficha, os moradores têm que acordar de madrugada e, muitas vezes, não conseguem atendimento na Unidade Básica de Saúde do Cidade Industrial devido à demanda. Segundo os responsáveis, a UBS tem seis médicos para atender a três bairros. Os moradores questionam o número de profissionais. 

“Uma médica precisou pegar licença e o atendimento foi suspenso. Fiquei de férias um mês, tentei marcar consulta e não consegui”, diz Maria dos Anjos.

O morador Jackson Pereira de Jesus relata que quando procura assistência médica em outros locais enfrenta burocracia, porque o bairro dele tem unidade de saúde. Dependendo do caso, é orientado a buscar atendimento no Hospital Alpheu de Quadros, a 12,7 quilômetros do bairro.

Procurada, a prefeitura de Montes Claros não se manifestou sobre os problemas denunciados pelos moradores do bairro Distrito Industrial.

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