Ruy Muniz homenageia Madre Maria Angélica no Dia Internacional da Mulher

Jornal O Norte
14/03/2006 às 10:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:30

Madre Maria Angélica da Eucaristia foi escolhida pelo vereador  Ruy Muniz   para ser homenageada no dia  Internacional da Mulher.  Pela impossibilidade da freira comparecer à solenidade devido ao regime fechado em que vive no Carmelo, o vereador  prestou a sua homenagem através da representante das Carmelitas, dona Maria Macedo, que desenvolve um trabalho externo no grupo Lisieux, auxiliando e intermediando com a comunidade as atividades  das carmelitas.

Ruy Muniz, em seu pronunciamento, destacou  que a  ONU escolheu  8 de março para homenagear  todas as mulheres do mundo. Ressaltou que sua homenagem a Madre Angélica foi especialmente pela dedicação e fé,  que levou a madre, aos 19 anos, a dedicar sua vida às orações, acolhendo a todos para a construção de um mundo melhor . O vereador agradeceu  à madre pelas preces e  transmitiu considerações de gratidão e afeto.




Dona Maria Macedo, o vereador Ruy Muniz e sua esposa


Raquel Queiroz Muniz
(Foto: Ascom Soebras)

Ressaltou também a importância do trabalho social desenvolvido pela representante das carmelitas Maria Macedo em prol das atividades do Carmelo, destacou o trabalho religioso de dona Genoveva Prates, uma das fundadoras da instituição em Montes Claros.

Em seguida, a esposa do vereador, Raquel Muniz, entregou buquê de flores a dona Maria Macedo. Nesse momento, o vereador Ruy Muniz aproveitou para registrar sua homenagem a todas as mulheres presentes, às esposas dos vereadores e  fez uma homenagem especial e carinhosa a sua esposa.

MENSAGEM DA HOMENAGEADA

Exmo. Sr. Prefeito Municipal,


Exmo. Sr. Presidente da Câmara de Vereadores,


Distintos Srs. Vereadores,


Exmo. Sr. Arcebispo, prezados Sacerdotes,


Senhores e Senhoras,

Foi para mim uma surpresa ter sido escolhida por indicação do Vereador Professor Ruy Muniz para representar a mulher montes-clarense no Dia Internacional da Mulher. Para uma carmelita habituada ao silêncio e ao escondimento da clausura, é uma experiência toda nov a que hoje se me apresenta. Vejo neste acontecimento uma homenagem à mulher consagrada que reúne em si todas as vocações de qualquer mulher: filha, esposa e mãe. A mulher consagrada traz bem vivo no seu ser o caráter da maternidade, não biológica, mas espiritual, quando gera filhos e filhas no espírito e os nutre pela sua vida de sacrifício e doação. É esposa, não só pela aliança que realiza com Deus através dos votos religiosos, mas também porque desposa a humanidade inteira em toda a sua realidade corpórea de sofrimento, carência, pobreza e marginalização. É filha do seu povo, de sua época, com todas as suas realidades de progresso, limitação e incoerências.

O Dia Internacional da Mulher toca profundamente o coração da humanidade que deseja continuar a ser a carne viva de Cristo e contemplar numa forma visível o mistério da cooperação entre Deus e o ser humano.

Deus criando a mulher quis transbordar sobre ela um pouco da sua ternura e bondade, dotando-a de um coração que sabe amar e doar-se sem limites. Sempre ao longo da história a presença da mulher e normalmente unida a gestos heróicos de amor, de caridade, de doação, de altruísmo. Ao homem estão unidas as grandes conquistas, guerras, sacrifícios, aventuras.

A missão da mulher é mais de construir a humanidade e educar corações para que não se embruteçam e se esterilizem  pela grandeza e pelo poder.

Uma monja ser escolhida para representar a mulher montes-clarense pode parecer estranho. As monjas de clausura, as carmelitas descalças?! Além de sua presença orante e acolhedora na cidade, elas não construíram nenhuma creche, hospital ou alguma obra grandiosa, mas esse gesto pode ter e tem um sentido muito grande se o considerarmos à luz da fé e da palavra do Evangelho. O Camelo com suas monjas é um sinal vivo que nos interpela e nos questiona para que possamos compreender que a nossa vida não pode ser reduzida só a coisas. Há algo de bem mais profundo, há valores que buscam com ânsia e que aos olhos cegados pelo brilho falso da riqueza e do poder nos impedem de ver.

A história pode ser contemplada a partir de várias janelas: política, científica, social, mas também religiosa. O que neste momento eu gostaria de relembrar é que só a mulher com sua vida e feminilidade pode influenciar o ritmo da história não a partir da obra, mas sim do amor oblativo da oração. E hoje, nesta homenagem, tenho também presentes todas as minhas co-irmãs que no silêncio, no escondimento, no anonimato, oferecem suas vidas e toda a energia de seu ser integral: corpo, espírito, inteligência, para que o mundo seja mais humano, mais fraterno.

Neste momento, saúdo com respeitoso cumprimento a Santíssima Virgem, a grande Consagrada, a todas as religiosas consagradas da nossa Arquidiocese, a todas as mulheres, mães, esposas, filhas da nossa sociedade montes-clarense que se consagram ao bem comum, quer no santuário familiar; quer nas atividades assistenciais e profissionais; quer na oração silenciosa, e se desvelam pelo próximo mais próximo com solicitude e amor.

Aqui expresso o meu agradecimento ao Sr. Prefeito Dr. Athos Avelino, ao Presidente da Câmara Municipal Sr. Sebastião Ildeu Maia, ao Vereador Professor Ruy Muniz, que teve a delicadeza de fazer a indicação do meu nome, e a toda a Câmara dos Vereadores, que houve por bem apoiar a referida indicação de uma simples monja de clausura. Este gesto de toda esta Casa vem mostrar bem alto que o valor da pessoa não está na beleza, na riqueza, ou no seu status social. A mulher tem o valor em si mesma e não no que lhe é exterior, e por isso é merecedora de amor, respeito e consideração da sociedade.

A todos o meu muito obrigada!


Irmã Maria Angélica da Eucaristia

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