Risco de epidemia de dengue em MOC

LirAa aponta alto índice de infestação do Aedes aegypti na cidade, que já registrou 585 casos da doença neste ano

Christine Antonini
Montes Claros
12/06/2018 às 06:28.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:33
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

O número de pessoas com dengue em Montes Claros neste ano praticamente triplicou. Segundo o setor de epidemiologia do município, foram registrados, de janeiro até ontem, 585 casos de dengue na cidade, contra 207 em todo o ano passado. E a situação pode ficar ainda mais crítica até o fim do ano se o elevado número de focos na cidade não for controlado.

De acordo com o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LirAa) divulgado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira, Montes Claros está entre as 44 cidades do Norte de Minas com maior risco de epidemia de dengue.

De acordo com a pesquisa, a cidade está com índice de infestação em 8% – até 1% é considerado satisfatório, entre 1% e 3,9% é estado de alerta e, acima de 4%, risco de surto. Outros 28 municípios da região estão sob a mesma ameaça.

O LirAa é um mapeamento da presença de focos do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya. É feito em municípios e regiões metropolitanas com mais de 100 mil habitantes ou em cidades com grande fluxo de turistas.

Em dezembro, o Ministério da Saúde divulgou o último levantamento nacional. Naquela data, Montes Claros apresentou infestação de 3,4%, ou seja, os focos com larva do Aedes mais que dobraram na cidade.

Segundo o Centro de Controle de Zoonose (CCZ) de Montes Claros, em abril o órgão fez um levantamento de infestação que resultou em um índice de 7,3%. O coordenador do CCZ, Flamarion Cardoso, explica que o armazenamento de água em tambores é um dos principais causadores da proliferação do mosquito. 

“Uma situação que contribui muito para esses altos índices é o racionamento de água que Montes Claros vem enfrentando. As pessoas têm o costume de armazenar a água em tambores e caixas sem tampa – 57% dos focos do mosquito Aedes aegypti foram encontrados nestes reservatórios”, afirma. 

O coordenador também ressalta que o combate ao mosquito Aedes aegypti deve ser um trabalho em conjunto entre município e população. 

“Continuamos com carro fumacê em locais com maior incidência de pernilongo. O carro também passa em regiões de monitoramento onde há pessoas doentes. Mas não adianta somente o CCZ fazer as ações. É preciso que os moradores fiquem atentos para não acumular lixo e não deixar possíveis locais para focos do mosquito, como plantas, pneus, piscina, tampas de garrafa”.
 
OUTRAS CIDADES
Capitão Enéas aparece no topo do LirAa, com índice de infestação de 13,1%. Em seguida estão os municípios de Francisco Sá (12,4%), Lagoa dos Patos (10,3%), Ibiracatu (10%), Coração de Jesus (9,2%) e Bocaiuva (9%). 

Várzea da Palma e Monte Azul aparecem com taxa de 8,2%.

Apesar de esse ser um momento de seca, o Ministério da Saúde alerta que o trabalho de combate ao mosquito deve persistir para evitar uma explosão de casos da doença assim que o período chuvoso recomeçar.

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